Allpha Pavimentações firmou mais de R$ 7 milhões em contratos na Bahia; empresa é apontada por desvios de recursos
Por Victor Hernandes, do BN
Foto: Imagem Ilustrativa. Divulgação
Elemento central das investigações acerca de superfaturamento de contratos, serviços não executados ou mal realizados e pagamentos de propinas a agentes públicos, a Allpha Pavimentações obteve cerca de 21 contratos com a Secretaria de Infraestrutura do Estado da Bahia (Seinfra), somente entre 2022 e 2024.
Os valores das negociações totalizaram um valor de R$ 7.022.505,74. Os contratos são relacionados a serviços de pavimentação e reajustes de obras executadas pela organização no estado, nos dois últimos anos.
Entre 2022 até este ano, o número de contratações feitas pela pasta junto a entidade subiu de 6 para 10. Já os valores dos contratos variaram de R$ 6.205,62 até R$ 1.511.685,95.
A empresa é apontada por envolvimento em desvios de emendas parlamentares no DNOCS, em esquema criminoso por fraude em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro. Na última terça-feira foram cumpridos cerca de 43 mandados de busca e apreensão.
Entre os alvos da operação estão empresários, servidores e ex-dirigentes de órgãos públicos. As empresas são controladas pelos líderes da organização criminosa ou utilizadas como “fachada” para ocultar a origem ilícita dos recursos desviados dos cofres públicos.
Em nota, a Seinfra informou que “desde 2021 licitou 5 obras, sendo uma 1 já concluída e 4 ainda em andamento, que tiveram a Allpha Pavimentações e Serviços de Construção LTDA como vencedora e contratada para a execução dos serviços. As ações são realizadas com recursos próprios do Governo do Estado. Sobre a gestão dos contratos, as obras vêm sendo feitas dentro dos parâmetros de qualidade e dos prazos estabelecidos e contando com a fiscalização da equipe técnica da Superintendência de Infraestrutura de Transportes (SIT) no acompanhamento da execução dos serviços”
ENTENDA O CASO
A Allpha é a empresa central no esquema, com contratos milionários com o DNOCS e outras prefeituras. A investigação aponta para superfaturamento de contratos, serviços não executados ou mal realizados e pagamentos de propinas a agentes públicos para garantir a aprovação de contratos e liberação de pagamentos.
A organização foi alvo de diversas comunicações de operações suspeitas pelo COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), incluindo movimentações financeiras incompatíveis com seu porte e transferências para empresas do mesmo grupo.
Segundo decisão da Justiça Federal, obtida pelo Bahia Notícias, a organização criminosa atuava fraudando e direcionando procedimentos licitatórios em favor das empresas controladas por seus líderes, alvos da ação da PF, utilizando empresas fantasmas, superfaturamento de contratos e pagamento de propinas a servidores públicos.