Amil é acusada de interromper bruscamente tratamento de autismo de 300 crianças no Recife
Muitos pais e mães afetados pela decisão organizaram, no último dia 17, um protesto em frente ao Centro Médico Amil, na Praça do Derby
Dentre as clínicas descredenciadas pela operadora de saúde estão a Desenvolver, Construir, Espaço Evolução, Somar e o Instituto do Autismo. Muitos pais e mães afetados pela decisão organizaram, no último dia 17, um protesto em frente ao Centro Médico Amil, na Praça do Derby, para exigir soluções e um atendimento mais digno para seus filhos.
Uma das mães, cujo filho de 11 anos recebia tratamento na clínica Desenvolver desde 2018, lamentou a situação. “É uma situação angustiante”, afirmou. Ela destacou a qualidade do atendimento que incluía acompanhamento escolar com terapeuta. A cliente chegou a solicitar à Amil um prazo de seis meses para que seu filho pudesse ser desligado de forma gradual e adaptado a uma nova clínica, mas o pedido foi negado.
Com o descredenciamento, a Amil concentrou o atendimento ao autismo em três unidades da Clínica Mundos, fruto de uma parceria com o plano Unimed. Contudo, segundo os relatos, o modelo de terapia oferecido pela Mundos não é considerado eficiente pelos pais. Além disso, as famílias enfrentam dificuldades para agendar consultas, com filas de espera que comprometem a continuidade do tratamento. “É uma injustiça e uma tristeza sem fim o atendimento da Amil para o autismo”, desabafou outra cliente, que paga quase R$ 2 mil mensais pelo plano.
A decisão da Amil também gerou questionamentos sobre o impacto na qualidade de vida das crianças. Especialistas ressaltam que interrupções bruscas no tratamento podem comprometer os avanços terapêuticos, principalmente em condições como o autismo, que demandam intervenções consistentes e personalizadas.
Procurada, a Amil não respondeu aos questionamentos. As famílias continuam cobrando soluções da operadora e avaliam outras medidas legais para garantir o direito das crianças a um atendimento de qualidade.