Amil é acusada de interromper bruscamente tratamento de autismo de 300 crianças no Recife

Muitos pais e mães afetados pela decisão organizaram, no último dia 17, um protesto em frente ao Centro Médico Amil, na Praça do Derby

Unidade da AMIL
Unidade da AMIL (Foto: Divulgação)
Famílias de cerca de 300 crianças no Recife foram surpreendidas pela decisão da Amil Assistência Médica de descredenciar cinco clínicas especializadas no atendimento ao autismo. Segundo informações divulgadas pelo Blog do jornalista Ricardo Antunes, a medida interrompeu abruptamente o tratamento dos pacientes, gerando revolta e preocupação entre os clientes.

Dentre as clínicas descredenciadas pela operadora de saúde estão a Desenvolver, Construir, Espaço Evolução, Somar e o Instituto do Autismo. Muitos pais e mães afetados pela decisão organizaram, no último dia 17, um protesto em frente ao Centro Médico Amil, na Praça do Derby, para exigir soluções e um atendimento mais digno para seus filhos.

Uma das mães, cujo filho de 11 anos recebia tratamento na clínica Desenvolver desde 2018, lamentou a situação. “É uma situação angustiante”, afirmou. Ela destacou a qualidade do atendimento que incluía acompanhamento escolar com terapeuta. A cliente chegou a solicitar à Amil um prazo de seis meses para que seu filho pudesse ser desligado de forma gradual e adaptado a uma nova clínica, mas o pedido foi negado.

Com o descredenciamento, a Amil concentrou o atendimento ao autismo em três unidades da Clínica Mundos, fruto de uma parceria com o plano Unimed. Contudo, segundo os relatos, o modelo de terapia oferecido pela Mundos não é considerado eficiente pelos pais. Além disso, as famílias enfrentam dificuldades para agendar consultas, com filas de espera que comprometem a continuidade do tratamento. “É uma injustiça e uma tristeza sem fim o atendimento da Amil para o autismo”, desabafou outra cliente, que paga quase R$ 2 mil mensais pelo plano.

A decisão da Amil também gerou questionamentos sobre o impacto na qualidade de vida das crianças. Especialistas ressaltam que interrupções bruscas no tratamento podem comprometer os avanços terapêuticos, principalmente em condições como o autismo, que demandam intervenções consistentes e personalizadas.

Procurada, a Amil não respondeu aos questionamentos. As famílias continuam cobrando soluções da operadora e avaliam outras medidas legais para garantir o direito das crianças a um atendimento de qualidade.

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