Amorim se reúne com Maduro para tentar evitar conflito entre Venezuela e Guiana

Os dois países disputam uma região riquíssima em petróleo

Celso Amorim e Nicolás Maduro
Celso Amorim e Nicolás Maduro (Foto: Reprodução/Twitter/@NicolasMaduro)

O assessor especial da Presidência, Celso Amorim, realizou uma visita a Caracas nesta quarta-feira (22) para se encontrar com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro. Inicialmente programada para tratar do conturbado processo eleitoral no país vizinho, a agenda rapidamente mudou de foco, direcionando-se para as crescentes preocupações do governo brasileiro em relação a um possível conflito territorial entre a Venezuela e a Guiana, aponta reportagem do Valor.

A tensão entre os dois países, que já perdura por quase dois séculos, ganhou novos contornos com o anúncio do presidente Maduro sobre um plebiscito marcado para 3 de dezembro. Neste pleito, a população local decidirá sobre a anexação da região da Essequiba, conhecida por sua relevância na produção de petróleo, ocupando dois terços do território da ex-colônia britânica. Essa iniciativa despertou alarmes no Planalto, que teme que uma vitória no plebiscito conceda a Maduro a legitimidade popular para uma anexação, assemelhando-se à controversa anexação russa da Crimeia.

O presidente Lula também entrou no cenário diplomático ao dialogar com o presidente da Guiana, Irfaan Ali, no último dia 9, para abordar essa delicada questão. O plebiscito foi um ponto central na recente reunião entre Lula e o chanceler Mauro Vieira, no Palácio do Planalto, que também discutiu temas como o processo eleitoral na Argentina e o conflito na Faixa de Gaza.

Em busca de uma solução pacífica, o governo brasileiro não tem medido esforços. Além dos contatos diretos com a Venezuela e a Guiana, o Itamaraty tem buscado apoio regional, incluindo conversas com a Colômbia. O chanceler Mauro Vieira reforçou essa posição durante uma reunião com ministros de Relações Exteriores e de Defesa da América do Sul, destacando o apelo do Brasil para negociações, entendimentos e, quando necessário, arbitragem por meio de tribunais internacionais. Celso Amorim, como representante do governo brasileiro, desempenha um papel crucial nesses esforços diplomáticos visando a estabilidade na região.

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