A temporada 2023 do Bahia terminou com o alívio de não ser rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro. A expectativa era de que o Esquadrão, no primeiro ano do futebol sob gestão do Grupo City, fizesse, pelo menos, uma Série A sem sustos, mas a luta contra o descenso até a última rodada deixou o torcedor tricolor com uma pulga atrás da orelha.
Nesse sentido, o Portal A TARDE preparou uma retrospectiva 2023 do Bahia, desde o início do ano, até o seu fim, para relembrar os acontecimentos mais marcantes da temporada tricolor.
Título histórico e decepção regional
Comandante gringo, nova filosofia, aporte financeiro milionário, contratações de jovens jogadores. O início de temporada no Bahia foi de muitas novidades, mas o salto de qualidade em campo não foi visto.
Sob o comando do português Renato Paiva, o Bahia até voltou a conquistar o Campeonato Baiano após dois anos e recuperou a hegemonia no estado. O Tricolor levantou o troféu do estadual pela 50ª vez na história e se tornou o segundo clube no Brasil a celebrar esse feito, atrás apenas do ABC, 57 vezes campeão no Rio Grande do Norte.
No entanto, a queda precoce na fase de grupos da Copa do Nordeste ligou o sinal de alerta no Bahia para a sequência da temporada. A equipe de Renato Paiva sofreu duras derrotas na competição regional: foi superado na Arena Fonte Nova pelo Fortaleza por 3 a 0, e humilhado pelo Sport na Ilha do Retiro por 6 a 0.
Com péssimos resultados e um desempenho abaixo do esperado, o Bahia somou nove pontos em oito jogos na Copa do Nordeste e terminou a fase de grupos na sexta colocação, atrás de Santa Cruz, Sergipe, Náutico, ABC e Ceará.
Maldição das quartas de final
Apesar do futebol praticado não agradar, o Bahia foi passando de fase na Copa do Brasil sem grandes sustos. Após golear o Jacuipense por 4 a 1 em confronto doméstico na estreia, o Tricolor teve certa dificuldade diante do Camboriú, em Santa Catarina, mas venceu por 1 a 0. Na sequência, duas vitórias contra o Volta Redonda e vaga garantida nas oitavas de final.
Contra o Santos, o sarrafo subiu e, após dois empates, a definição do classificado para as quartas de final foi por meio de cobranças de pênaltis. Na Arena Fonte Nova, Marcos Felipe defendeu duas penalidades e se tornou o herói da classificação tricolor para a fase seguinte.
O adversário seguinte foi o Grêmio, e o Bahia teve mais uma oportunidade de chegar na semifinal da Copa do Brasil pela primeira vez na história. Só que, assim como foi diante do Santos, após dois empates, a vaga foi decidida na disputa de pênaltis. O herói da fase anterior não conseguiu repetir o feito e o Esquadrão encerrou sua participação na competição novamente nas quartas de final.
Alívio final
Diante de tantas incertezas após as competições do primeiro trimestre do ano, o Bahia estreou na Série A do Brasileirão sob pressão e duas derrotas nos primeiros dois jogos ligaram, ainda mais, o sinal de alerta. Os comandados de Renato Paiva oscilavam e, mesmo quando apresentavam um desempenho agradável, deixavam o resultado escapar.
A esperança então foi colocada na janela de transferências do meio da temporada, com a expectativa de que jogadores de peso chegariam para suprir setores carentes do elenco durante a primeira metade do ano. Para as laterais, Gilberto e Cándido chegaram e assumiram a titularidade, mas logo caíram de produção. Já no ataque, o criticado Everaldo não ganhou concorrência, mas mesmo assim terminou a temporada como reserva.
Com a pressão nas alturas, Renato Paiva então decidiu entregar seu cargo. A mudança foi benéfica para o Bahia, que acertou a chegada de Rogério Ceni restando 17 jogos para o fim do Campeonato Brasileiro. No início, sequência de quatro vitórias em seis jogos, entre eles, aquele 6 a 4 sobre o Goiás, com hat-trick de Everaldo.
Mas a oscilação voltou a assombrar o torcedor na reta final da competição, com o time deixando de somar pontos em jogos importantes. A três rodadas para o fim do Campeonato Brasileiro, uma goleada histórica de 5 a 1 sobre o Corinthians parecia que ia encher o time de confiança, mas causou o efeito contrário. Nos dois jogos seguintes o Bahia perdeu para o São Paulo em casa e para o lanterna e já rebaixado América-MG.
O Bahia então chegou na última rodada dependendo de uma combinação de resultados para se manter na Série A. A torcida era para que Vasco e Santos não vencessem seus jogos contra Red Bull Bragantino e Fortaleza, respectivamente, além de tentar vencer o Atlético-MG em Salvador, que ainda tentava se confirmar entre os quatro primeiros da tabela.
E o que parecia milagre aconteceu. Contando com o apoio de seu torcedor, o Bahia goleou o Atlético-MG por 4 a 1 e viu o Fortaleza vencer o Santos por 2 a 1 na Vila Belmiro. O Vasco acabou vencendo o Red Bull Bragantino, mas a derrota do Peixe já era suficiente para manter o Tricolor na Série A, terminando na 16ª colocação e deixando o time paulista na zona de rebaixamento.
Objetivo cumprido, agora o Bahia precisa rever os erros e corrigi-los para que 2024 seja um ano melhor em campo. O técnico Rogério Ceni, com contrato até dezembro de 2025, fica no clube e almeja voos maiores para o Esquadrão.