Antes de morrer, Bebianno disse que Carlos Bolsonaro queria montar Abin paralela para espionar adversários
Revelação de Bebianno ocorreu apenas duas semanas antes de sua morte; PF descobriu que Abin monitorou ilegalmente jornalistas, políticos e opositores do governo Bolsonaro
Duas semanas antes de falecer, Gustavo Bebianno, ex-ministro e aliado de Jair Bolsonaro, revelou à imprensa que Carlos possuía em mente a ideia de montar uma Agência Brasileira de Inteligência (Abin) paralela para espionar seus adversários políticos. Bebianno morreu no dia 14 de março de 2020. De acordo com o que foi divulgado oficialmente à época, ele passou mal e sofreu uma queda.
“Gustavo Bebianno, ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência, acusou o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho de Jair Bolsonaro, de tentar montar uma espécie de Agência Brasileira de Inteligência (Abin) paralela nas dependências do Planalto. Ainda segundo ele, a estrutura idealizada por Carlos Bolsonaro seria empregada na elaboração de dossiês contra adversários. ‘Um belo dia o Carlos Bolsonaro aparece com um nome de um delegado federal e três agentes que seriam uma Abin paralela. Isso porque ele não confiava na Abin’, disse Bebianno durante entrevista ao programa Roda Viva, exibido nesta segunda-feira (2)”, diz um trecho da reportagem que foi divulgada no Brasil 247, no dia 3 de março de 2020.
A fala de Bebianno volta a ganhar destaque após vir à tona que, durante a gestão Jair Bolsonaro (PL), a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) monitorou ilegalmente jornalistas, advogados, políticos e opositores do governo, de acordo com investigação da Polícia Federal.