Antigos trabalhadores da Refinaria Abreu e Lima serão recrutados para nova fase de obras
A Petrobras quer localizar parte da mão de obra pernambucana que atuou nas obras do Trem 1 da Rnest, que começaram em 2005 e foram paralisadas em 2015
Divulgação/Petrobras |
Durante coletiva de imprensa, na tarde desta quarta-feira (17), para anunciar a retomada das obras da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), no Complexo Industrial Portuário de Suape, o gerente-geral da Rnest, Márcio Maia, antecipou que está em tratativa com a Secretaria de Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo (Sedepe) para localizar parte dos trabalhadores pernambucanos que atuaram na primeira fase de obras do empreendimento, que começaram em 2005 e foram paralisadas em 2015, após os escândalos de corrupção denunciados pela Lava Jato.
Naquele período, segundo informou o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Guilherme Cavalcanti, presente na coletiva, Pernambuco capacitou cerca de 10 mil pessoas que atuavam como camelô e motorista de ônibus, por exemplo, para trabalhar no canteiro da planta de refino. Com a retomada das obras do Trem 2 no segundo semestre e a conclusão do Trem 1, a expectativa é de que sejam gerados 30 mil empregos diretos e indiretos. “Estamos em busca dessas pessoas, sobretudo da área do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, que estiveram conosco lá atrás, já conhecem o trabalho, e são extremamente capacitadas”, reforçou Maia.
Segundo ele, haverá novas contratações e, para isso, uma nova rodada de capacitação e qualificação profissional. Para isso, a Petrobras lançou o Programa Autonomia e Renda, que oferecerá cursos nas modalidades de formação inicial continuada (FIC) e cursos técnicos a pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica. “Além disso, serão priorizados os seguintes grupos minorizados: mulheres, pessoas negras, pessoas com deficiência e refugiados”, complementou Márcio Maia. Guilherme Cavalcanti, da Sdec, afirmou que nesta nova fase da Rnest não deve haver importação de mão-de-obras de outros estados, como aconteceu no Trem 1. “A mão-de-obra local será suficiente para a obra”.
A primeira fase do programa vai contar com a parceria do Sesi/Senai e Institutos Federais de Tecnologia, Ciência e Inovação. Os selecionados serão treinados para atuação no setor de Energia, em localidades da área de abrangência das operações da Petrobras e com vistas a contribuir com a implementação do Plano Estratégico 2024 – 2028+. Serão ofertadas mais de 19 mil vagas nos estados abrangidos, sendo que Pernambuco ficará com 30% das vagas. Os estados a serem atendidos na primeira fase do Programa são Pernambuco, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, sendo que 37% das vagas serão destinadas para Pernambuco.
Os participantes vão receber bolsa-auxílio no valor de R$ 660 mensais durante o período em que estiverem realizando os cursos. Para as mulheres com filhos de até 11 anos a bolsa auxílio será no valor de R$ 858 mensais.
Além da bolsa-auxílio, diz a Petrobras, a iniciativa ainda apresenta como diferenciais: reforço de português e matemática para melhoria da escolaridade; conteúdo obrigatório de Segurança, Meio Ambiente Saúde (SMS) para fortalecer a segurança nas obras e operações, acompanhamento psicossocial e oferta de cursos para o desenvolvimento de competências socioemocionais e pessoais.