Opinião
Maquiavel, autor de O Príncipe, defendeu a ideia de que o fim justifica os meios, ou seja, os governantes devem usar qualquer meio necessário para alcançar seus objetivos políticos e manter seu poder, mesmo que isso envolva ações imorais ou antiéticas. Também pregou a importância da astúcia, da manipulação e do realismo na política.
Já antevendo um cenário de dificuldades para a sua reeleição em 2026, quando deverá enfrentar provavelmente João Campos (PSB), se este vier a ser reeleito em condições animadoras, a governadora Raquel Lyra (PSDB) começou a exercitar as lições de Maquiavel, mas seguindo outro preceito: “Aos amigos favores, aos inimigos a lei”. Na última sexta-feira, de uma só canetada liberou R$ 32 milhões da rubrica de emendas parlamentares.
Nunca, num só dia, os deputados estaduais viram tanto dinheiro liberado em emendas, mas com um detalhe: a governadora discriminou a oposição e liberou apenas emendas de deputados governistas, com um detalhe: a dinheirama caiu no cofre de prefeitos igualmente alinhados, fiéis à sua cartilha tucana.
Prefeitos, como da pequena Orobó, administrada pelo aliado Biu Abreu (DEM), apadrinhado pelo deputado Chaparral, receberam valores altos. Biu embolsou R$ 4,25 milhões, enquanto Severino Silvestre (PSD), de Passira, recebeu R$ 1,05 milhão. Paudalho, igualmente aliado, R$ 2,06 milhões; Floresta, R$ 1 milhão; Casinhas, R$ 1,08 milhão; Camaragibe, R$ 1 milhão; Bezerros, R$1,7 milhão e Belém de São Francisco, R$ 1,3 milhão.
Desconfiando tratar-se de uma ação politiqueira, o presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto (PSDB), cobrou, ontem, da governadora Raquel Lyra (PSDB), equidade na liberação de recursos através de emendas parlamentares. Segundo ele, apenas 58 municípios que têm deputados aliados é que teriam sido atendidos pelo Governo do Estado.
Por: Magno Martins