Após cirurgia, médicos reimplantam mão decepada de zelador no Recife

A mão esquerda do rapaz foi reimplantada após seis horas de cirurgia. Segundo médicos, os próximos dias serão uma etapa importante na recuperação do zelador

A mão do rapaz havia sido decepada após um assalto. A cirurgia para reimplante durou seis horas / Foto: Guga Matos/JC Imagem

A mão do rapaz havia sido decepada após um assalto. A cirurgia para reimplante durou seis horas
Foto: Guga Matos/JC Imagem

Após 6 horas de cirurgia, os médicos do SOS Mãos conseguiram reimplantar a mão de um zelador que havia sido decepada por dois rapazes com um facão, durante tentativa de assalto no bairro do Porto da Madeira, Zona Norte do Recife. O crime aconteceu na madrugada desta sexta-feira (27), quando Valdeci Pereira da Cruz, de 53 anos, se dirigia para o trabalho, num condomínio no mesmo bairro.

 

De acordo com a assessoria do SOS Mão, onde Valdeci foi operado, a mão esquerda do homem foi reimplantada após uma cirurgia de 6h que contou com quatro cirurgiões. Ele encontra-se sob observação e seu quadro é estável. Não há previsão de alta.

Dias cruciais

Segundo a médica Ana Lécia Lima, ortopedista e cirurgia de mão que participou do procedimento, os primeiros dias após a cirurgia determinarão a condição do rapaz. “A cirurgia foi bastante delicada, com várias etapas. O mais importante era saber qual a situação dos vasos, tendões e nervos do membro amputado”, disse. Ainda de acordo com a médica, até as próximas 48h após o procedimento ainda há possibilidade de o membro apresentar infecção ou trombose, o que pode prejudicar a recuperação.

De acordo com o hospital, o ideal é que uma cirurgia de reimplante seja realizada até seis horas após a perda do membro. No caso do zelador, foram mais de sete horas. Mas um ponto importante para a realização do reimplante foi a condição na qual a mão chegou até o centro médico. O síndico do prédio onde Valdeci trabalha colocou o membro num saco com gelo – procedimento correto e primordial para esses casos.

Ainda segundo a médica Ana Lécia, a recuperação do rapaz deve ser longa e com sessões de fisioterapia pelos próximos seis meses. “Ter uma mão igual ao que era antes é muito difícil, quase impossível. Voltar a escrever ou fazer atividades de destreza fica sim comprometido, mas há pessoas que conseguem”, afirmou a médica.

Durante o pós-operatório, principalmente na primeira semana, a equipe médica do SOS Mão fará uma vigília para avaliar a situação da mão do paciente.

Entenda o caso

O zelador Valdeci Pereira da Cruz, de 53 anos, seguia para o trabalho de bicicleta quando, por volta das 4h, foi abordado por dois assaltantes na Avenida Cidade de Monteiro, próximo à comunidade Miguel Arraes.

No momento do assalto, a vítima não quis entregar a bicicleta e um dos homens, que portava um facão, decepou a mão de Valdecir. Após o assalto, o zelador correu em direção ao condomínio onde trabalha para pedir ajuda. O porteiro, que estava trabalhando no momento, viu a vítima caída no chão e correu para ajudar.

Segundo o síndico do condomínio, Thyago Amorim, a área onde ocorreu o assalto é muito perigosa. “Eu já havia pedido para que o Valdecir não viesse ao trabalho nesse horário da madrugada, já que ele pega às sete horas da manhã”, afirmou. A bicicleta da vítima não foi levada e os assaltantes fugiram.

Após perceber a gravidade do ocorrido, Thyago e o porteiro foram procurar a mão da vítima, que foi encontrada em meio ao mato, próximo à comunidade. A Polícia Militar foi acionada, juntamente com o Samu. Valdecir foi socorrido pelos agentes da Polícia e levado ao Hospital Getúlio Vargas, no Cordeiro.

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