Após desaparecimento de médico, residência passou por dedetização

Por Raphael Guerra 

Corpo de médico foi encontrado dentro de poço em condomínio de luxo em Aldeia. Foto: Facebook/Reprodução

Novas pistas podem reforçar a tese da Polícia Civil de Pernambuco de que o assassinato do médico Denirson Paes da Silva, 54 anos, foi premeditado. Uma carta enviada pela esposa da vítima à administração do condomínio de luxo em Aldeia, em 28 de maio deste ano, informava que a residência da família iria passar por dedetização porque estaria infestada de insetos. A mensagem foi enviada três dias antes do desaparecimento do médico.

Para os investigadores, a limpeza na residência pode ter sido realizada para ocultar vestígios de sangue e outros elementos e, assim, dificultar o trabalho de uma possível perícia. No dia em que os primeiros restos mortais da vítima foram encontrados, há duas semanas, peritos perceberam que a casa havia passado por várias faxinas. Mesmo assim, o uso de luminol conseguiu encontrar marcas de sangue num dos banheiros – o que reforçou a tese de que o assassinato foi cometido na residência.

A principal suspeita da Polícia Civil é de que a esposa do médico, a farmacêutica Jussara Rodrigues Silva Paes, não aceitava o pedido de divórcio e havia uma disputa pelo patrimônio da família. O chefe da Polícia Civil, Joselito Kerhle, confirmou a forte suspeita de que o homicídio foi premeditado. A informação foi publicada em primeira mão pelo Ronda JC.

Além da esposa, o filho mais velho do médico, o engenheiro Danilo Rodrigues Paes, também é suspeito de homicídio triplamente qualificado e ocultação do cadáver. Eles seguem presos temporariamente. Na semana passada, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) negou o pedido de habeas corpus. 

CAUSA DA MORTE

Duas semanas após os restos mortais do médico Denirson Paes da Silva serem encontrados dentro de um poço, profissionais do Instituto de Medicina Legal (IML) ainda trabalham para descobrir que instrumento foi usado para causar a morte do médico.

A dificuldade, relatam os profissionais, está no avançado estado de decomposição dos restos mortais, que também estavam com produtos químicos (acredita-se que foi usado cloro ou fórmula similar).

Os legistas também perceberam que não havia indícios para afirmar que os restos mortais foram queimados, ao menos os analisados até então. A suspeita de carbonização havia sido levantada pelo Instituto de Criminalística.

A gestora de Polícia Científica de Pernambuco, Sandra Santos, confirmou que será um duro trabalho conseguir descobrir a causa da morte, mas que todos os esforços serão feitos para se chegar ao resultado.

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