O goleiro brasileiro Diego Alves, do Valencia, definitivamente, ficou marcado na carreira do melhor jogador do mundo, Lionel Messi. Na partida do último fim de semana, pelo Campeonato Espanhol, ele teve grande atuação na vitória de sua equipe sobre o Barcelona, no Camp Nou, por 2 a 1, mas não evitou o gol 500 do craque. O fato, porém, não incomodou.
— Uma hora ele iria fazer o gol 500. É um jogador que cria muitas oportunidades. Não tem jeito. Aconteceu de ser em mim. Não vejo pelo lado negativo — disse Diego — se eu gostaria de levar o milésimo? Não seria tão ruim. Por um lado pode ser bom. Significa que eu vou estar jogando em alto nível, em um grande campeonato, por muito tempo (risos) — completou.
Há cinco temporadas no Valencia e já há nove no futebol da Espanha, Diego, de 30 anos, chamou a atenção do técnico da seleção, Dunga, pelas suas boas atuações e tem sido convocado. Na esperança de disputar a Copa América, em junho, o goleiro vê o Brasil sem favoritismo e garante que o 7 a 1 para a Alemanha já foi superado.
— Hoje, o favoritismo não existe. O Brasil, na verdade, é uma seleção muito respeitada, mas nessa Copa América tudo pode acontecer. É uma Copa América diferente das outras — analisou Diego — sobre o 7 a 1, já foi superado. Até pelos jogadores que disputaram a Copa. Não vejo pressão. Não podemos ficar presos ao passado.
Na Copa América, a seleção não terá Neymar, que optou pelas Olimpíadas. Craque que, nesta semana, sofreu com as críticas da imprensa espanhola. Para Diego Alves, uma espécie de perseguição por parte dos espanhóis:
— Aqui, eles não permitem que o jogador tenha uma vida além do futebol. Acho que eles têm um pouco de ciúme pela situação confortável que o Neymar tem e misturam as coisas. Ele é muito profissional, trabalho com ele na seleção e sei bem.
Neste domingo, o Valencia, de Diego Alves, pega o Getafe, fora de casa, pelo Espanhol, às 13h15 (horário de Brasília).
Confira abaixo o restante da entrevista de Diego Alves.
Você pensa em retornar ao futebol brasileiro?
“Hoje, estou totalmente adaptado ao futebol espanhol e também ao país. Vivo como espanhol. Estou estabilizado aqui com a minha família, meus dois filhos (Davi, de 2 anos, e Luca, de 4 anos) são espanhóis. Então não penso nisso no momento, em retornar. Mas nunca diga nunca. Vamos ver o que acontece daqui pra frente”.
Quem foi o seu grande ídolo?
“Foi o Taffarel. E voltar a trabalhar com ele agora na seleção brasileira está sendo uma grande alegria”.
Qual o melhor atacante que você já enfrentou?
“Foram vários. Hoje em dia, tem o trio MSN do Barcelona que é sempre complicado. Tem o Benzema, o Cristiano Ronaldo, do Real Madrid. Há alguns anos, tinha o Eto’o, o Villa… Vejo pelo lado positivo enfrentar atacantes deste quilate. Te dá experiência”.
Você jogou com o Bruno, ex-Flamengo, no Atlético-MG… Como recebeu, na Europa, a notícia de que ele tinha sido preso?
“Chocou todo mundo. Fiquei sabendo através da imprensa. É triste. Era um goleiro com muito potencial. Com certeza, seria um dos grandes goleiros do futebol europeu hoje. É uma situação que a gente lamenta”.
O que você lembra da sua época de Atlético?
“Comecei no Botafogo-SP e fui contratado, ainda na base, pelo Atlético. Foi lá que eu me profissionalizei. Posso dizer que foi uma das melhores escolas que eu tive. Aprendi muito, tanto em campo como na questão da personalidade. Tive muitas alegrias, mais do que tristezas. Vivi os dois lados da moeda muito cedo e isso me fez crescer”.