“Após prisão dos assassinos de Marielle, relação com Bolsonaro ficou estremecida”, diz Witzel

Wilson Witzel critica falta de reconhecimento e aponta perseguição política após prisão de executores

(Foto: ABR)
O ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, afirmou em entrevista ao programa Boa Noite 247 que a prisão dos assassinos da vereadora Marielle Franco, ocorrida durante sua gestão, desencadeou uma perseguição política que resultou em seu impeachment. Segundo Witzel, houve omissão da mídia em destacar que foi sob seu governo que os executores do crime, Ronnie Lessa e Elcio Queiroz, foram presos.

“Faltou um pouco, por parte da grande mídia, até de dignidade para poder dizer que foi no meu governo, quando eu era governador de estado, que os assassinos da Marielle foram presos”, declarou. Ele ressaltou ainda ter assumido um compromisso com a família de Marielle de que o crime não ficaria impune. “No meu governo, não ficaria impune, custe o que custasse”, completou.

Witzel comentou sobre a declaração do prefeito de Maricá, Washington Quaquá, que sugeriu que sua queda teria relação com a prisão dos executores do assassinato. “Eu também tenho uma certa suspeita. Não sei exatamente qual a motivação, mas a partir do momento em que decidi que nenhum caso ficaria impune, muito menos o caso Marielle, as relações com o presidente ficaram estremecidas”, afirmou.

O ex-governador também mencionou o impacto dessa decisão nas relações com Jair Bolsonaro. Witzel indicou que o presidente e seu filho, Flávio Bolsonaro, demonstraram insatisfação após a prisão de Ronnie Lessa, que residia no mesmo condomínio do então presidente. “Fica uma suspeita muito grande sobre qual foi a motivação para que o presidente e o filho dele ficassem com tanta raiva de mim”, questionou.

Sobre o processo de impeachment, Witzel alegou que houve irregularidades e perseguição por parte do Ministério Público e do então presidente Jair Bolsonaro. Ele criticou a procuradora Lindôra Araújo, afirmando que houve desvio funcional nas investigações de repasses de verbas federais. “Eu fui duramente perseguido por uma procuradora da República induzindo o Superior Tribunal de Justiça com narrativas fantasiosas”, declarou.

Witzel também relembrou a reunião com seu então futuro secretário de Polícia Civil, Marco Vinícius, em que orientou a prisão dos executores. “Recomendei que encerrassem a fase da investigação e representassem pela prisão dos executores”, afirmou.

O ex-governador ainda criticou a condução das investigações após a sua saída e defendeu maior aprofundamento sobre a atuação de autoridades durante a intervenção federal no Rio de Janeiro. “O Supremo Tribunal Federal precisa avançar na investigação e esclarecer se houve obstrução da Justiça”, concluiu. Assista:

 

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