Após seis meses, médico já foi indiciado por sete abusos sexuais no Recife

Raphael Guerra

O médico Kid Nélio é acusado de crimes sexuais praticado contra pacientes. Foto: Cremepe/Reprodução

Prestes a completar seis meses de investigações, a Polícia Civil de Pernambuco concluiu sete inquéritos contra o médico ortopedista e traumatologista Kid Nélio Souza de Melo, de 35 anos, suspeito de abusar sexualmente de pacientes durante atendimentos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Imbiribeira e em hospitais particulares do Recife.

Kid Nélio está preso no Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima. O médico responde a mais quatro inquéritos policiais. Segundo a polícia, essas investigações já estão em fase de conclusão e serão remetidas à Justiça nas próximas semanas.

Dos sete inquéritos já concluídos, o médico ortopedista virou réu em pelo menos quatro. Os processos apontam indícios de que ele cometeu violação sexual mediante fraude, quando o abuso é praticado por meios que impeçam ou dificultem a vítima de se defender. A pena varia de dois a seis anos de prisão. Não há ainda prazo para julgamento dos processos.

A primeira denúncia foi registrada na Delegacia da Mulher, no bairro de Santo Amaro, em 21 de fevereiro deste ano. Uma mulher de 18 anos procurou a polícia afirmou abuso sexual na UPA da Imbiribeira. No entanto, a Polícia Civil só registrou a ocorrência e não foi ao local no mesmo dia para tentar prender o médico em flagrante.

Nos dias seguintes, várias denúncias semelhantes, de abusos em atendimentos, foram registradas na delegacia – após repercussão da imprensa.

As mulheres afirmaram à polícia que, nos atendimentos, o médico pedia para que elas ficassem nuas – mesmo que, em algumas situações, apresentassem problemas simples nos punhos ou pés, por exemplo. No dia 02 de março, o médico Kid Nélio foi preso preventivamente por determinação da Justiça.

Segundo a Polícia Civil, o acusado afirmou em depoimento que teve relação sexual consentida com duas pacientes. Também negou que tenha estuprado as outras mulheres que o denunciaram.

ESTATÍSTICAS

Entre os anos de 2007 e 2017, a Polícia Civil de Pernambuco investigou 21 médicos suspeitos de crimes de estupro, no exercício da profissão. Do total de casos, seis foram registrados no Recife. Dos 21 médicos investigados por estupro, três foram considerados como suspeitos pela polícia. Os outros profissionais foram apontados como autores do crime.

Do total de médicos, quatro foram investigados por estupro de vulnerável (quando as vítimas são menores de 14 anos ou, por qualquer outra causa, eram pessoas que não podiam oferecer resistência). (JC)

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