Após ser delatado, Bolsonaro ameaça Mauro Cid e fala em “missão suicida”

Em conversa com jornalista da Band, Bolsonaro disse que Cid estava preso há bastante tempo, dando a entender que o ex-aliado poderia fazer qualquer coisa para garantir sua soltura

Jair Bolsonaro e Mauro Cid
Jair Bolsonaro e Mauro Cid (Foto: ABr | Agência Senado )

Após saber que será apontado por Mauro Cid como o mandante da venda de joias ofertadas por autoridades estrangeiras ao Brasil, o ex-presidente Jair Bolsonaro chamou a estratégia de seu ex-ajudante de ordens de “camicase”. Em conversa com o jornalista Tulio Amancio, da Band, Bolsonaro negou veementemente as acusações de recebimento de dinheiro de Mauro Cid e descartou qualquer responsabilidade por instruir a venda de presentes recebidos durante visitas oficiais da comitiva presidencial ao Oriente Médio.

Túlio usou as redes sociais para compartilhar que conversou por telefone com Bolsonaro logo após o advogado de Cid revelar a estratégia de confissão à revista Veja. Segundo Túlio, durante a conversa, o ex-presidente mencionou que Cid estava preso há bastante tempo, dando a entender que Cid poderia estar disposto a dizer qualquer coisa para garantir sua soltura. Segundo o relato do jornalista, Bolsonaro também afirmou que se absteve de se comunicar tanto com Mauro Cid quanto com o pai de Cid, general Mauro Lourena Cid, após a recente operação da Polícia Federal. A intenção de Bolsonaro era evitar qualquer acusação de ingerência.

Segundo o advogado de Mauro Cid, Cezar Bitencourt, revelou à revista Veja, o tenente-coronel do Exército irá confessar à Justiça que houve um esquema de recebimento de venda ilegal de joias dadas por governos de outros países ao Brasil – por lei, presentes devem pertencer ao Estado brasileiro, e não podem ser incorporados a patrimônio pessoal. No caso dos presentes, vai confirmar que participou da venda das joias nos Estados Unidos, providenciou a transferência para o Brasil do dinheiro arrecadado e o entregou a Jair Bolsonaro — em espécie, para não deixar rastros.

O tenente Mauro Cid guardou um registro de transferência de dinheiro para Bolsonaro. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Bolsonaro (PL), da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e de Mauro Cid. Políticos como o senador Rogério Carvalho (PT-MG) e internautas cobraram a prisão do ex-ocupante do Planalto.

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