Após um mês de gestão, prefeitos da região fazem balanço de seus mandatos
Grazzielli Brito – Ação Popular
Organizar a administração, realizar auditoria, firmar parcerias e ir em busca de recursos federais para obras estruturantes. Esse é o saldo do primeiro mês de trabalho dos prefeitos da região do Vale do São Francisco, em um rápido balanço sobre o que já conseguiram realizar, ou iniciar, e os setores onde ainda não conseguiram avançar. Com a mudança de governo em muitos municípios, infelizmente, os ex – gestores fizeram de tudo para atrapalhar o mandato dos que assumiram em primeiro de janeiro deste ano.
Em Casa Nova, o pmdebista Wilson Cota, lamenta a não renovação, no fim da ultima gestão, de convênios importantes para a população como o referente à realização do saneamento básico, contratação de carros pipas, construção de casas populares e melhoria do abastecimento de água.
Wilson Cota
Mas apesar de ter recebido a prefeitura quebrada, os novos prefeitos estão olhando para frente, tentando recuperar o poder de realização da administração. Neste pacote além de Cota, estão Olímpio Cardoso (PDT) de Uauá, Genário Rabelo (PSD) de Canudos e Lúcia Mariano (PSB) da pernambucana Afrânio. Eles afirmam que vão buscar os recursos onde for necessário e realizar bons governos em suas cidades.
Ainda é cedo para colocar tudo o que pretendem praticar, mas, já dá para se ter um panorama do que foi feito e o que deverá ser realizado nos municípios, daqui pra frente.
Olimpio Cardoso
Em Uauá, o prefeito conseguiu pagar os servidores municipais que tinham os salários de dezembro e 13º atrasados, através de uma decisão judicial, uma vez que a lei de responsabilidade fiscal não permite que a gestão atual pague com os novos recursos dívidas anteriores. Tudo isso indica o compromisso e a vontade de fazer o melhor possível pela população da cidade.
Olímpio também coseguiu colocar o Hospital Municipal em ordem, recuperou parte das estradas vicinais, como a que liga a sede à mineradora em uma distância de aproximadamente 52 Km e está agilizando o processo de limpeza de todas as barragens em parceria com o governo federal, dentre outras coisas. “Os primeiros dias de meu governo estão voltados para limpar a sujeira deixada pelo meu antecessor. Aqui não temos uma linha de telefone funcionando, fui obrigado a colocar o da minha casa para poder trabalhar. As contas foram cortadas por falta de pagamentos, são mais de quatro meses; outros débitos nós herdamos a exemplo salários atrasados, 13º, de luz, água e o pior – a prefeitura com o nome sujo no comércio da região e no CAUC. A sujeira deixada pelo meu antecessor está impregnada na educação, saúde, infraestrutura, fornecedores, tudo. O meu antecessor foi o secretário do diabo a serviço da maldade”, revela o prefeito de Uauá.
Genário Rabelo
“Aqui em Casa Nova nunca vi um prefeito gostar tanto de lixo, as ruas e avenidas estavam aquele amontoado. Ainda hoje estamos trabalhando para retirar a sujeira deixada, mas o pior que toda a imundice se espalhou no caráter da forma quando prejudicou o povo em não assinar convênios para a aquisições de obras importantes. Hoje conseguimos fazer intervenções importantes no SAAE com água que está sendo distribuídas nas torneiras, está em caminhamento a aquisição de 500 unidades habitacionais, o lixão está sendo remediado, o folclore está de volta, as famílias carentes da zona rural estão sendo tratadas com respeito e dignidade recebendo água em carros pipas e sementes para plantar. Enfim, não adianta agente reclamar porque sabíamos dos problemas, o palanque foi desmontado e agora só resta trabalhar mais ainda”, relata Wilson Cota.
“Em Canudos nada foi encontrado funcionando na prefeitura. Carros e máquinas depenados, cadeiras e carteiras de escolas acabadas, hospital em estado degradante, salários e 13º em atraso, prefeitura com o nome sujo no CAUC. A situação foi tão grave que decidimos acionar o Tribunal de Contas para não sermos coniventes com os erros do antecessor”, desabafa Gel.
Lúcia Mariano
Em Afrânio, a prefeita Lúcia Mariano decidiu levar o caso para a Policia Federal e Ministério Público Federal. Ela solicitou apuração na conduta ilícita praticada pelo ex-prefeito Carlos Cavalcanti (PSD). Ainda assim, ela também solicitou ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) de Pernambuco uma auditoria especial, para investigar o uso indevido dos recursos públicos que teriam sido supostamente desviados da sua finalidade.
“Até o momento, os desvios identificados na prefeitura chegam ao montante de R$ 4 milhões. Esse dinheiro era para pagamentos de despesas diversas a exemplo da reforma e ampliação de escola, recursos para a melhorias sanitárias domiciliares/banheiros, construção da quadra na escola Antônio C. Filho, construção de creche padrão FNDE no povoado de extrema no valor de R$ 159 mil, entre outros. Não podemos ser coniventes com essa prática, espero que a justiça tome as devidas providencias”, relata Lúcia Mariano.
Ela afirma que projetos apresentado durante a campanha estão sendo deslanchados em parceria com os governos estadual e federal. “Eu e o deputado Adalberto Cavalcanti estivemos em Brasília e Recife viabilizando a liberação de projetos e recursos para ajudar o nosso povo. São centenas de famílias sofrendo com a seca necessitando de ajuda. A ajuda chegou, mas ainda é pouco porque a dimensão do problema é grande. O povo necessita de melhoria na saúde, investimentos na educação, construção de mais barragens, implantação de poços artesianos, dentre outras coisas. Algumas coisas foram feitas pelo município, mas é necessário ajuda dos governos para que possamos contemplar quem precisa”, concluiu.