“Aprovação de Lula caiu porque há uma certa frustração na economia”, diz Felipe Nunes
Diretor da Quaest diz que há um mau humor na sociedade e acrescenta um desconforto com as viagens do presidente
O cientista político Felipe Nunes, diretor da Quaest, instituto que divulgou pesquisa nesta semana que aponta o presidente Luiz Inácio Lula da Silva com aprovação de 54% dos brasileiros, menor do que os 60% captados no levantamento anterior, afirmou, em entrevista ao Boa Noite 247, que isso se deve a uma piora das condições econômicas. “A euforia do começo de mandato se converteu em certa frustração”, disse ele.
Nunes também apontou a percepção da população sobre um certo “exagero” na agenda de viagens internacionais do presidente Lula e uma atenção abaixo do necessário às enchentes do Rio Grande do Sul. Nunes também disse que a “polarização veio pra ficar” e pontuou que a comunicação será mais complexa, exigindo mais da militância política.
“Uma das maneiras de entender se o crescimento da desaprovação está associado a um mau humor mais geral da população é avaliando se o país está indo na direção certa ou errada. De junho a outubro cresceu oito pontos o percentual de quem acha que o Brasil está indo na direção errada”, disse ele.
“O que pode estar produzindo isso? A primeira parte da explicação é econômica. Aumentou nove pontos o percentual de quem avalia que a economia piorou no último ano (saiu de 23% para 32%), enquanto se manteve o percentual de quem acha que melhorou (33%). Essa piora na avaliação da economia se deveu a percepção da maioria que as contas de água, luz e telefone aumentaram no último mês, que o preço dos alimentos e dos combustíveis também subiu recentemente”, acrescentou.
“Neste contexto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aparece com uma avaliação regular (30%), nem muito positiva (26%) nem muito negativa (26%). É ele quem tende a pagar o preço do sucesso ou fracasso da agenda econômica do governo”, destacou o diretor da Quaest.