Aproximação de Aécio Neves e Eduardo Campos divide políticos

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Estranho seria se PT e PSDB tivessem a mesma opinião. Porém, até mesmo na avaliação de um integrante da base aliada da presidente Dilma Rousseff, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, os dois partidos divergem, mostrando que estão, definitivamente, em lados diametralmente opostos. Tanto que líderes das legendas atacaram ou defenderam o encontro entre os pré-candidatos à presidência da República, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), a depender do ponto de vista – e do nível de credulidade deles na repercussão do encontro na imprensa nacional.

Enquanto o tucano Antonio Imbassahy classifica a reunião realizada em Recife com os presidenciáveis como um encontro que demarca o campo da oposição ao projeto de reeleição da presidente Dilma, o presidente regional do PT, Jonas Paulo, coloca em suspeita o tom empregado pelo aliado Campos ao receber Aécio Neves. “As presenças do Aécio, do Eduardo e da Marina Silva mostram que o campo da oposição está preenchido”, sinalizou Imbassahy, frisando que o governador de Pernambuco assumiu a postura de oposicionista no plano federal. “O Eduardo Campos está na oposição, sim. Ele tem dito em público que o Brasil precisa melhorar. Daí vem essa aproximação com o Aécio Neves”, sugeriu o líder da oposição na Câmara Federal.

“Só posso lamentar que um aliado de primeira hora possa ter qualquer pactuação (sic) com a oposição”, criticou Jonas Paulo. Ele, no entanto, reiteradas vezes questionou a validade das informações de que teria sido firmado um acordo de não agressão entre o tucano e o socialista. “Se isso se confirmar, o que eu não acredito, não altera em nada a nossa estratégia, inclusive aqui na Bahia. Não teremos qualquer hesitação em construir o palanque apenas para o projeto de reeleição da presidenta Dilma Rousseff”, salientou.

Para o presidente estadual do PT, “o único palanque possível na sucessão do governador Jaques Wagner é o da reeleição da presidente Dilma”. Pela forma com que se expressou, o petista descartou que o PSB possa até mesmo figurar na chapa majoritária estadual de 2014 caso haja a candidatura de Campos contra a reeleição de Dilma. “Porque o projeto federal e o projeto estadual são os mesmos”, explicou. Ainda assim, Jonas Paulo faz questão de ratificar as boas relações do PT com a senadora Lídice da Mata, líder do PSB na Bahia. “A senadora sempre teve e sempre terá espaço dentro do PT. O mandato dela nos orgulha”, apontou o petista, sugerindo que parte dos votos dela em 2010 deveu-se à aliança com o PT.

Já Imbassahy aproveitou o tema para alfinetar o adversário. “Se houve um pacto, foi um pacto por um Brasil melhor, por um país melhor do que o ralo de gastos que está hoje”, provocou o tucano. (Fernando Duarte/Tribuna)

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