Arthur Lira quebra silêncio e reage: plenário da Câmara não será sequestrado por comissões

Criticado, nesta semana, por não ter interferido diretamente nos nomes escolhidos pelos partidos para comandarem comissões importantes da Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), quebrou o silêncio.

Em longa conversa com o blog daDaniela Lima, Lira avalia que o assunto está sendo “supervalorizado”. O presidente da Câmara lembra que desde o ano passado foi firmado um acordo entre os partidos da Casa por um rodízio nas principais comissões. “A única coisa que cabia definir era o ano em que cada um ocuparia a presidência da comissão”.

“Nenhum presidente da Câmara tem direito ou atribuição de interferir na escolha dos líderes para as comissões. Eu não posso, assim como o Pacheco [presidente do Senado] não pode. Assim como não puderem [Michel] Temer ou Aécio [Neves] e outros presidentes da Câmara”, afirmou Lira.

Lira diz ainda que usar o cargo para vetar a escolha garantida pelo regimento aos líderes de cada partido seria abuso. “Isso seria antidemocrático — e, além do mais, eu não faço censura a nenhum deputado.”

Ele sustenta que não haverá alteração no andamento de projetos na Casa, porque o plenário não será “sequestrado pelas comissões”. “Não há celeuma. Nem eu sou dono do plenário, nem presidente de comissão é dono da pauta de comissão. Toda comissão temática é importante. Mas elas não sequestram o Parlamento. Assim como o Parlamento não sequestra o governo.”

Publicamente, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, criticou o não envolvimento de Lira no veto a alguns indicados pelo PL que são considerados radicais, como Nikolas Ferreira (PL-MG), escolhido para comandar a Comissão de Educação da Casa. O deputado mineiro jamais apresentou no Parlamento projeto relacionado à área.

“No ano de minha eleição para a presidência da Câmara foi feito um acordo para o rodízio de partidos nas principais comissões. Eu honro todos os acordos que faço. E tenho um compromisso com a estabilidade.”

Lira ainda deu um recado sobre a mistura dos debates entre ocupantes de comissões e sua sucessão. Ele tem mandato de presidente da Casa até o início do ano que vem. “Querer apressar a disputa da Câmara como a do Senado é querer enfraquecer o Parlamento. É uma estratégia.”

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