As redes poderão boicotar as eleições
120 milhões de eleitores estarão aptos a votar daqui a um ano. Quantos darão de ombros, não comparecendo às seções eleitorais, votando em branco ou anulando o voto?
Essa parece uma dúvida que começa a atormentar os líderes partidários e o próprio governo. As manifestações iniciadas em junho, que se encontram longe de ser interrompidas, acendem luz amarela no semáforo postado na Praça dos Três Poderes. De início os jovens, agora com gente de todas as idades, os protestos revelam esgotamento popular com as instituições políticas, além de óbvias reivindicações corporativas. Dá no mesmo, pois um denominador comum une os grupos em revolta: são contra os políticos, incluído o governo no substantivo.
As redes sociais são imperscrutáveis até a hora em que começam a falar. Caso estendam sua indignação à proposta do boicote das eleições, quantos milhões deixarão de votar?
Claro que se trata de uma reação negativa, o ideal seria todos comparecerem, selecionando candidatos capazes de exprimir sua frustração e de apresentar melhores soluções para sanar suas críticas. Só que nem sempre isso acontece. Existem momentos, felizmente raros na vida das nações, em que a maioria rejeita tudo. Descrê e duvida de tudo. Vira as costas para estruturas que não a representam, ainda que só de forma bissexta disponha de mecanismos ordenados para substituí-las. Podemos estar vivendo situação igual. Todo cuidado é pouco, se sobrevier o hiato completo entre o Brasil real e o Brasil formal. O clímax poderá muito bem acontecer nas eleições de 2014. Tomara que não, mas…