A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) manifestou preocupação com o conteúdo dos diálogos revelados nesta segunda-feira (23), pela Folha de S. Paulo, nos quais o ministro agora afastado Romero Jucá (PMDB) teria sugerido um pacto para deter as investigações da Operação Lava Jato.

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De acordo com a nota enviada à imprensa, a entidade afirma que já havia alertado para “as repetidas tentativas de interferência política no trabalho da Polícia Federal e repudia qualquer ato no sentido de impedir a continuidade de uma das mais importantes investigações em curso no Brasil”.

Confira, abaixo, a íntegra da nota:

ADPF vê com preocupação diálogo de ministro sobre Lava Jato

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) vê com preocupação os diálogos, revelados esta segunda-feira (23/05) pela imprensa, nos quais o ministro do Planejamento, Romero Jucá, teria sugerido um pacto no governo para deter as investigações da Operação Lava Jato.

A entidade já havia alertado para as repetidas tentativas de interferência política no trabalho da Polícia Federal e repudia qualquer ato no sentido de impedir a continuidade de uma das mais importantes investigações em curso no Brasil.

Para proteger a Lava Jato e a atuação da PF no combate à corrupção, a ADPF reforça que é fundamental a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 412/2009, em tramitação no Congresso Nacional, que estabelece a autonomia para a Polícia Federal. A PEC 412 prevê a autonomia orçamentária, administrativa e funcional da PF, pontos fundamentais para que a polícia continue a atuar de forma republicana e firme no combate ao crime organizado.

A ADPF também defende que o governo escolha o novo diretor-geral da Polícia Federal com base na lista tríplice em elaboração pelos delegados federais. A indicação por meio da lista é essencial para o fortalecimento da PF e para garantir a independência das investigações atualmente em curso.

É preciso ainda que o diretor-geral tenha mandato de três anos, com possibilidade de uma recondução. A votação nos nomes que integrarão a lista acontece em 30 de maio. Em 1º de junho, a Associação entregará a lista ao presidente Michel Temer e ao ministro da Justiça, Alexandre de Moraes.