Associação fala em ‘gravíssimas ameaças’ de Ciro ao Ministério Público

A Associação Paulista do Ministério Público (APMP) divulgou nesta quarta-feira (18) uma nota de repúdio contra as declarações do pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT), em sabatina promovida pela Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), em São Paulo.

O pedetista chamou de “filho da puta” o promotor do MP paulista que pediu a abertura de inquérito contra ele para apurar suposto crime de injúria racial ao vereador de São Paulo Fernando Holiday (DEM). Ciro Gomes chamou o vereador, ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL), de “capitãozinho do mato” em uma entrevista à Rádio Jovem Pan.

“Um promotor aqui de São Paulo agora resolveu me processar por injúria racial. E pronto, um filho da puta desse faz isso”, afirmou. “Ele que cuide de gastar o restinho das atribuições dele, porque se eu for presidente essa mamata vai acabar”, disse o presidenciável.

Em nota, a APMP, entidade que representa mais de 3.000 promotores e procuradores de Justiça de São Paulo, da ativa e aposentados, declarou que Ciro Gomes se referiu de “forma desrespeitosa a membro do Ministério Público e, por consequência, a toda a instituição, fazendo gravíssimas ameaças às honrosas atividades ministeriais”.

“É inaceitável qualquer referência de baixo calão a Membro do Ministério Público que atua no exercício constitucional de suas prerrogativas e no estrito cumprimento de seu dever. Da mesma forma, o comportamento do referido ex-ministro atenta não só contra a independência funcional institucional, mas também contra o próprio Estado Democrático de Direito”, afirma a nota.

A Associação manifestou ainda seu “total apoio ao trabalho dos Promotores de Justiça e ao papel fundamental do Ministério Público, instituição que, exatamente por cumprir seu mister e suas obrigações na defesa da sociedade, vem sendo alvo de constantes e perigosos ataques”.