“Bando de filho da p***”: As mensagens chocantes de Joice no esquema de rachadinha

Ex-deputada e bolsonarista arrependida cobraria depósitos de subordinados de forma humilhante e aos palavrões. Veja o que se sabe até aqui sobre a denúncia

A ex-deputada e ex-bolsonarista Joice Hasselmann.Créditos: Instagram/Reprodução

Insultos, palavrões e todo tipo de tratamento arrogante e áspero. Mostrando prints de conversas travadas no WhatsApp, é assim que Juliana Christine Pereira Bejes, ex-assessora da ex-deputada federal Joice Hasselmann, uma bolsonarista arrependida que não conseguiu se reeleger em 2022, a acusa no Ministério Público Federal de ter praticado rachadinha e assédio moral enquanto era deputada.

O caso da denunciante, que alega que entre junho de 2021 e dezembro de 2022 teve parte do seu salário confiscado para pagamento de despesas pessoais da então deputada, veio à tona após ser publicado no portal Uol na quarta-feira (24), ao passo que a assessoria de imprensa do MPF confirmou a denúncia e informou que analisa o registro.

A ex-assessora alega que em 2021 se mudou para São Paulo para tomar posse do cargo que lhe pagaria R$ 13 mil mensais e que acabou enganada. Alega que seu marido já trabalhava para a então parlamentar, em teoria recebendo o mesmo salário, mas que não havia sido pago. Ela própria diz que chegou a receber os dois primeiros salários, mas a normalidade financeira só se manteve até a dívida com o marido ser paga por Hasselmann.

“Bando de fdp (filho de puta), depositou o $ (dinheiro)”, “não gosto de coisa feita pela metade”, “Fez o depósito? Saco. Manda o comprovante” e “Juliana, poderá vir dar um jeito no flat?” são algumas das mensagens que teriam sido enviadas pela então deputada federal de extrema direita à assessora que a acusa de lhe tomar todo o salário, além de tratá-la como uma espécie de escrava, exigindo limpeza doméstica, serviços de transporte e até o empréstimo do veículo particular da mulher e de seu esposo.

Veja os prints com as mensagens:

Há ainda supostos comprovantes de depósitos e gastos indevidos:

Entenda o caso

Natural de Curitiba (PR), Juliana Christine Pereira Bejes trabalhou como assessora de Joice Hasselmann por um ano e oito meses, no escritório da parlamentar em São Paulo. Ela conhecia a então parlamentar desde 2016, quando Joice ainda atuava como jornalista. O marido de Juliana, Honei Pedroso Bejes, era seu amigo pessoal e foi ele quem fez a indicação da esposa ao cargo.

A partir daí, o marido receberia um salário pelo trabalho de ambos, enquanto o salário dela seria utilizado para despesas pessoais da titular do gabinete, conforme teria dito a própria Joice Hasselmann no ambiente de trabalho. “Ela fez tudo premeditado. A gente ficou refém. Se tentássemos voltar para Curitiba, teríamos que arcar com a nova mudança e a multa de aluguel de apartamento. Não dava”, declarou à imprensa.

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