‘Blind Massage’, do chinês Lou Ye, surpreende na Berlinale

Blind Massage, do diretor chinês Lou Ye, apresentado nesta segunda na competição pelo Urso de Ouro da Berlinale, transporta o espectador para um mundo inesperado, onde a falta do sentido da visão dos protagonistas lembra que algumas coisas existem mesmo que não seja possível vê-las – como o amor.

O filme é uma adaptação do romance Tui Na (Massagem) do conhecido escritor Bi Feiyu, ganhador de muitos prêmios em seu país. A ideia para escrever o livro teria ocorrido durante um apagão na cidade de Nanquim, sul da China.

Bi Feiyu costumava ir a um salão de massagem, onde os funcionários eram cegos. Uma noite, faltou luz. Uma das massagistas o pega, então, pela mão, e o leva até a rua, dizendo-lhe: “você se dá conta, professor Bi, posso ver melhor do que você”.

A partir desse momento, lembra que sempre se deve respeitar as limitações, e que os cegos podem penetrar em coisas que pessoas com uma visão normal não são capazes de perceber.

Rodado em Nanquim, Blind massage conta a vida do doutor Wang (Guo Xiaodong), diretor de uma clínica de massagens tradicionais chinesas, e de alguns de seus empregados, como o rebelde Ma (Huang Xuan), desesperado para encontrar o amor.

Uma narradora conta que Ma perdeu a visão quando criança, em um acidente. Sua grande tristeza e sua raiva aumentam à medida que cresce. Na adolescência, tenta o suicídio. Ele começa a mudar e a se sentir melhor apenas quando entra na escola de deficientes visuais e aprende o ofício de massagista. Uma vez, um amigo leva Ma a uma casa de prostitutas, e ele acaba se apaixonando por uma delas. (France Presse)

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