Bolsonaro ironiza tentativa de associá-lo a Maduro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ironizou a tentativa de parte da imprensa brasileira de associá-lo ao ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, após o líder esquerdista do país vizinho questionar a confiabilidade das urnas eletrônicas usadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições brasileiras.

Ao discursar em um evento de campanha, na terça-feira (23), Maduro disse que o sistema eleitoral do seu país “é o melhor do mundo”, comparando-o com o do Brasil, acusado por ele de não auditar as eleições.

“Aqui temos 16 auditorias. Em que outra parte do mundo fazem isso? […] No Brasil não auditam um único registro”, disse para uma multidão apoiadora do chavismo.

Ao repercutir a declaração do ditador membro do Foro de São Paulo e amigo do presidente Lula (PT), parte da imprensa brasileira disse que Maduro teria emplacado um “discurso bolsonarista” ao questionar as urnas eletrônicas do TSE.

“Maduro is my friend”, escreveu Bolsonaro na rede social X ao reagir à associação feita por parte da imprensa.

Após o questionamento de Maduro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou que não irá mais enviar observadores para as eleições presidenciais na Venezuela, marcadas para o próximo domingo (28).

O TSE havia sido convidado pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) para acompanhar as votações no país.

Maduro também criticou o sistema eleitoral da Colômbia que, segundo ele, “não auditam nenhum registro”, e dos EUA.

A declaração contra o Brasil ocorre dias depois de o presidente Lula ter demonstrado “preocupação” com a fala de Maduro sobre “o banho de sangue” e “guerra civil” que haverá na Venezuela se ele perder as eleições presidenciais.

Ao comentar sobre o caso, o jurista André Marsiglia, especialista em liberdade de expressão – e defensor do direito de questionar o sistema eleitoral, normal em uma democracia –, afirmou que, caso a Corte eleitoral e o Supremo Tribunal Federal (STF) seguissem as mesmas regras utilizadas no passado, Maduro deveria ser investigado por dizer que o Brasil não audita “um único registro” de voto.

Da Gazeta do Povo

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