Procurado, o empreendedor Paulo Junqueira, que teria emprestado imóvel no país estrangeiro para a estada de Bolsonaro e foi citado em relatório da PF, não respondeu.
As mensagens trocadas sobre o tema foram recuperadas durante a investigação sobre o esquema de desvio de joias do acervo presidencial, encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Uma das conversas se deu entre o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, e o assessor técnico militar Daniel Luccas, responsável pela infraestrutura para receber o presidente em território americano. Em 30 de dezembro, ele diz ao oficial:
“…o Samuel (genro de Paulo Junqueira) prefere ir encontrar o PR amanhã para entregar a encomenda”, em referência, segundo a PF, a Samuel Oliveira, genro do empresário. As investigações apontam que é dele uma das casas que o ex-presidente chegou a se hospedar em Orlando.
No dia seguinte, Mauro Cid conversa com Marcelo Câmara, outro ex-assessor de Bolsonaro, sobre o assunto tratado anteriormente com Daniel Luccas.
Cid pergunta: “Samuel entregou o dinheiro? Cartão do Junquiera?”. E Câmara responde: “Sim entregou. E eu passei para o cordeiro. Ai ele vai falar com o PR. Avisei pra deixar uma parte comigo para controle”.
“Diante dessas conversas entre Mauro Cid, Daniel Luccas e Marcelo Câmara, ficou evidente que Samuel entregaria uma encomenda (dinheiro) para o ex-presidente Jair Bolsonaro, ainda no ano 2022, enquanto ainda exercia o cargo de Presidente da República do Brasil”, afirma a PF no relatório.