Da festa à tensão. Foi uma noite de extremos, nesta segunda, no Nilton Santos. O primeiro jogo do Botafogo em casa em um mês mexeu com os nervos da torcida, que fez uma recepção ao time de encher os olhos. Mas também não perdoou as escolhas de Bruno Lage e o chamou de “burro” no 1 a 1 com o Goiás.
O empate não era o que a torcida esperava. Mas, ao menos, evitou que a vantagem na liderança diminuísse. Com 52 pontos, o Botafogo segue a sete de distância do segundo colocado, que agora é o Bragantino. No próximo domingo, os alvinegros terão o Fluminense pela frente, no Maracanã, e a pressão de não vencerem há cinco partidas.
O jogo tinha tudo para ser menos dramático. Antes de a bola rolar, a torcida recebeu o time com mais um belo mosaico. Os jogadores entraram diante da inscrição “Ninguém quer mais do que a gente” e simulações de capas de jornais enaltecendo festas anteriores na arquibancada.
Só que esse clima se perdeu assim que os torcedores se deram conta da escalação escolhida por Lage. O português preferiu iniciar com Tiquinho Soares no banco, Tchê Tchê na lateral direita e Gabriel Pires no meio. A ausência do centroavante não foi bem aceita. Principalmente pela atuação muito aquém do esperado da equipe no primeiro tempo.
O Botafogo ficou com a criação comprometida e pouco ameaçou. A única grande chance da primeira etapa foi desperdiçada por Diego Costa. Para completar, Gabriel falhou na marcação a Lucas Halter, autor do gol do Esmeraldino. Em cobrança de escanteio, o zagueiro subiu sozinho na primeira trave e desviou com sucesso, aos 26.
A torcida não perdoou. Vaiou Gabriel e, principalmente, Lage. Os gritos por Tiquinho ao longo de todo o primeiro tempo deixaram bem claro o que ela queria.
O desejo só foi atendido no intervalo. E Tiquinho preciso de apenas seis minutos para mostrar que a arquibancada tinha razão. Com uma bela finalização de fora da área, o centroavante acertou o ângulo do Goiás. Um golaço que fez o Nilton Santos explodir.
Bem melhor no segundo tempo, o Botafogo ainda teria a oportunidade de virar. Mas parou num chute de Tchê Tchê no travessão. Os alvinegros precisaram se contentar com o quase. E, como já era de se esperar, a frustração foi direcionada para Lage, que deixou o campo sob o grito praticamente uníssono de “burro”.
— Estou bem fisicamente. Todo mundo sabe que tive lesão há pouco tempo. Mas estou disposto a ajudar o Botafogo. Sobre as vaias, a gente queria ganhar, o torcedor queria ganhar. Mas esse ponto vai ser fundamental lá na frente — disse Tiquinho.