Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados / Divulgação
O deputado João Carlos Bacelar (PR) foi o único baiano a votar contra a cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que perdeu o mandato parlamentar nesta semana por quebra de decoro. Essa está longe de ser a única polêmica que ronda a vida política de Bacelar, que acumula em seu currículo diversos outros embaraços.
O Varela Notícias listou algumas polêmicas que nos últimos anos colocaram o nome do deputado nas manchetes de jornais e sites.
Denúncia de Cesar Borges
De acordo com o que publicou a revista Veja em julho de 2014, o então ministro dos Transportes, Cesar Borges, disse que João Carlos Bacelar estava pressionando um empreiteiro em troca de propina por conta dos contratos firmados com o governo federal de 514 milhões e outro de 719 milhões de reais. “O dono da Pavotec me procurou no ministério para dizer que o deputado João Bacelar está cobrando dele uma participação nos contratos com a Valec”, disse Borges a um amigo, segundo a publicação.
Acusações da família
Em 2010, Bacelar foi acusado pela irmã, Lilian Bacelar, de querer dar um golpe na família. Ela acusou o irmão de tentar se apossar das fazendas e da construtora Embratec, entre outros bens da família. Ele negou as acusações, na época. “Ela está com distúrbios mentais e sendo manipulada pelo mau caráter do seu namorado”, disse.
Emendas Parlamentares
Em 2012, João Carlos Bacelar foi investigado pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados por um esquema de venda de emendas parlamentares. O processo, no entanto, foi arquivado em outubro. Segundo o jornal O Globo, Bacelar e o então deputado Marcos Medrado (PDT-BA) teriam participado de um esquema chamado de ‘balcão de emendas’, para compra e venda de emendas parlamentares por municípios da base política do deputado Bacelar. De acordo com a denúncia, Bacelar “comprava” as emendas de outros parlamentares para aplicar em seus redutos.
Ele negou as acusações e disse que nada fez “de ilegal, moral ou irregular”.
Acusação de assédio
Em abril deste ano, Bacelar foi acusado de assédio por uma estudante de 17 anos, ativista do MBL (Movimento Brasil Livre) de Santa Catarina. Ela denunciou que, ao procurá-lo para saber sua posição em relação ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, foi assediada.
A menor recebeu respostas como: “Você é linda”, “Quando vier a Brasília venha tomar um café no meu gabinete” e “Vc é muito bonita é muito insistente”. Após a ativista continuar os questionamentos, o assédio persistiu: “Se for para namorar com vc posso pensar” e “Venha no meu gabinete e lhe falo pessoalmente”. Na época, a assessoria de imprensa do deputado informou que não era João Carlos Bacelar quem usava o celular naquele momento – e sim, um funcionário de seu gabinete.
Crise? Que crise?
Um mês antes da denúncia de assédio, a Blitz VN denunciou que mesmo com a crise econômica atingindo todo o país, o deputado, quando viajava a trabalho para o Rio de Janeiro, se hospedava em um dos hotéis mais luxuosos e conhecidos da América Latina: o Copacabana Palace.
Para receber o parlamentar baiano, o hotel, que já contou com hóspedes como a Princesa Diana, Madonna e Mick Jagger, recebeu R$ 1.297,10 por uma diária, entre os dias 17 e 18 deste mês de março. A justificativa para o gasto, segundo o parlamentar, seriam “reuniões políticas” na cidade.
Patrimônio mais que dobrou!
Em 2006, quando disputou sua primeira eleição para a Câmara Federal, o parlamentar declarou à Justiça possuir R$ 948.591,00 em bens. Em 2010, esse valor subiu pouco e o deputado declarou ter R$ 1.171.491,00. A surpresa veio em 2014, quando João Carlos Bacelar disse ter R$ 2.573.366,82 em bens em seu nome – aumento de mais de 100% em relação a 2010. Segundo informações contidas no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bacelar declarou ter sítios, carros, fazenda e participação em empresas. (Varela)