Braço direito de Temer recebeu propina

O executivo Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht, disse à força-tarefa da Lava Jato que pagou propina de R$ 3 milhões a Moreira Franco, em 2014, quando ele, que hoje conduz o programa de atração de investimentos do governo Temer, era ministro da Aviação Civil.

Melo Filho disse ter pago os valores para que Moreira enterrasse o projeto de um terceiro aeroporto em São Paulo, o de Caieiras (SP), que poderia prejudicar a Odebrecht, concessionária do Galeão (RJ). Segundo ele, não se tratava de doação eleitoral, uma vez que Moreira Franco não foi candidato em 2014.

Em nota, Moreira Franco negou as acusações e disse que jamais pediu ajuda financeira a executivos da Odebrecht. “A posição contrária ao projeto foi de natureza técnica”, delarou ele. “Não houve nenhum pedido de contribuição.”

Moreira Franco, um dos principais amigos e conselheiros de Michel Temer, comanda o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), responsável pelas concessões e privatizações na área de infraestrutura.

Seu envolvimento na Lava Jato foi revelado pelo jornalista Daniel Pereira, na revista Veja, que teve acesso ao teor da delação de Melo Filho, que também citou propinas para Romero Jucá (PMDB-RR), outro aliado de Temer, que dizia ser necessário derrubar a presidente Dilma Rousseff para “estancar essa sangria”.

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