Brasil deve se preocupar com crise entre EUA e Irã

Para economista, conflito também pode se refletir na queda das exportações brasileiras para os países da região.

As consequências do conflito entre Estados Unidos e Irã para a economia brasileira, após o ataque que matou no Iraque o principal líder das forças de segurança iranianas, Qassem Soleimani, na sexta-feira, ainda não estão claras, mas os preços dos combustíveis devem subir ainda mais. A opinião é do economista Luiz Gonzaga Belluzzo, em entrevista à RBA.

Isso porque a lógica deles (do governo brasileiro e gestores da estatal) é fazer com que a Petrobras tenha o máximo de rentabilidade, com vantagens aos acionistas”, diz o economista, para quem, se o preço do petróleo seguir uma trajetória de alta rápida, certamente “o Brasil vai sofrer um efeito desagradável”.

De acordo com Belluzzo, se o primeiro problema para a economia do Brasil é com o preço do petróleo, há o risco geral se o conflito se agravar. “Certamente as bolsas vão sofrer no mundo inteiro, inclusive no Brasil. Petróleo, dólar e bolsas. Mas, por enquanto, temos que fazer hipóteses. Por exemplo, se eles fecharem ou afetarem o trânsito pelo estreito de Ormuz, certamente vai ser um choque muito grande no preço do petróleo.”

Para o economista, o conflito também pode se refletir na queda das exportações brasileiras para os países da região, que têm um “peso intermediário” no comércio exterior do Brasil. “Isso está mais distante, mas imediatamente o que está claro é que os riscos são grandes.”

De janeiro a novembro, o Brasil exportou para o Oriente Médio (exceto Israel) US$ 10,008 bilhões, e importou US$ 4,615 bilhões. A participação das exportações brasileiras na região é de 4,86%.

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