Briga entre irmãos termina com a morte de criança
A vítima sofreu cortes de faca no rosto, pescoço e o abdômen. Segundo a polícia, a criança teve o intestino arrancado pelas mãos. Após o crime, o corpo foi jogado dentro da cisterna. De acordo com o delegado Ariosto Esteves, o corpo do garoto foi encontrado por vizinhos que viram sangue espalhado próximo à residência. “Eles também sabiam das desavenças entre os dois irmãos” contou o delegado. A mãe do menino fugiu quando viu o cunhado chegando e o marido dela já havia saído para chamar a polícia novamente.
Adriano Batista dos Anjos, 20 anos, foi detido por populares nas imediações da casa da vítima. A polícia que já estava a caminho trazendo o padrasto e a mãe da criança, efetuou a prisão em flagrante. Ele vai responder por homicídio quadruplamente qualificado e ocultação de cadáver. O acusado foi encaminhado ontem para o presídio de Vitória de Santo Antão.
O assassino confesso impressionou pela frieza. No depoimento ele contou que não se arrepende e ainda promesteu matar o irmão quando sair da prisão. “Confessei e confesso. Não me arrependo de nada. Fui eu quem fiz para me vingar do meu irmão. Ele queria me matar. Eu disse que antes de ele me matar eu mataria ele e outra pessoa. Matei o filho da mulher dele”, afirmou.
Adriano Batista havia saído da prisão há menos de um mês. Ele cumpria pena por roubo. Mas seu pai vendeu um sítio para conseguir recursos e pagou uma fiança no valor de R$ 8 mil pela sua liberdade, fato que o próprio Adriano diz que não deveria ter acontecido. “Ele vendeu o sítio de besta para me soltar.”
O padrasto disse à polícia não saber o porque de o irmão querer lhe matar. “Não sei o que ele tinha. Semana passada ele veio aqui em casa e derrubou a porta. Avisei à polícia e procuraram ele, mas não acharam. Ontem, quando a gente chegou em casa a criança já estava morta”, contou Heleno.
A dor da mãe
“Gabriel era muito esperto. Era inteligente, meu menino. O caçula de nove irmãos – todos vivos, menos ele (agora). Fazia o 1º ano na escola, mas eu acho que ele ia ser padre (sic). Vivia na igreja, o menino. Todo dia, todo dia. Ia lá com o pastor, com o padre… Às vezes eu ia também. Ele queria sempre falar de Deus. Tinha dito que ia passar as férias com o padre – que chorou que só (sic) quando soube…
Não achei que meu cunhado ia fazer nada com o menino não, que não tinha nada a ver com a história. Por isso, eu corri e deixei Gabriel. Quando eu voltei, ele estava na caixa d’água e já estava morto daquele jeito. Não sei de onde veio tanta raiva. Adriano tomava banho lá em casa e não queria que meu marido, Heleno, ficasse em casa. Fugi mesmo. Porque achei que ele fosse matar a gente. E é o medo da gente, que ele seja solto, porque, se for, ele volta para matar. Já tinha tentado semana passada e depois voltou. Meu menino era quieto, viu?”, desabafa a mãe Severina da Silva
Fonte: Diário de Pernambuco