De “Alegria, Alegria”, hino de liberdade e modernidade no Brasil, a “Tropicália”, Leãozinho”, “Reconvexo” e “O Quereres”, Caetano e Bethânia trouxeram canções carregadas de história e tradição.
Comunicação musical
Nas duas horas quase ininterruptas de setlist, pouco houve de conversa entre Caetano, Bethânia e o público. A principal partiu do cantor, que após ser ovacionado nos solos de “Sozinho”, “Você não me ensinou a te esquecer” e “Você é linda”, fez questão de agradecer aos compositores das canções. Mas também não faltou o agradecimento ao coro de milhares que aplaudia e acompanhava cada performance com as luzes dos celulares: “obrigada, minha Bahia”, disse.
De Bethânia, vieram mais os sorrisos e o gestual forte já característico da cantora. A voz, potente e encantadora marcou o tom em homenagens aos conterrâneos Gal Costa e Raul Seixas, na emocionante sequência de “Baby”, “Vaca Profana” e “Gita”. Mãe Menininha do Gantois e Gilberto Gil também foram lembrados.
E por falar na Bahia, entre os fãs, a expectativa pela música surpresa da dupla para o estado era grande, já que ao longo da turnê, os artistas têm homenageado canções locais. No show de Belém (PA), em setembro, por exemplo, eles cantaram “Voando pro Pará”. Já em Olinda (PE), os baianos performaram “Festa”. Em Salvador, quem esperou por algum tipo de homenagem a Axé Music teve que se contentar com um trecho de “Você Já Foi à Bahia?”, de Dorival Caymmi.
De maio de 1978, quando aconteceu a primeira turnê oficial de Caetano e Bethânia, para dezembro de 2024, se passaram quase 50 anos. Quem não conseguiu ir no dia 30 – ou até mesmo quer fazer uma dobradinha – felizmente, terá de esperar menos: 8 de fevereiro. A data pode ser até extra, mas a espera não deixará de ser menos especial.