Caminhoneiros perdem o apoio da população

Professor da USP calcula que a economia brasileira perdeu 100 bilhões nos últimos 8 dias

Até sexta-feira da semana passada, quinto dia da greve dos caminhoneiros, notava-se no meio da população uma simpatia sincera pela greve da categoria. Entendia-se até então que eles lutavam por uma causa justa. Não aceitavam mais a política de reajuste de preços da Petrobrás, com base na variação do preço do barril no petróleo no mercado internacional. Argumentavam que a Petrobrás é uma empresa controlada pelo governo federal, e por esse motivo deve estar a serviço de todos os brasileiros e não apenas dos seus acionistas. A maioria da população apoiou esse discurso e passou a solidarizar-se com o movimento, mesmo sendo prejudicada pela falta de combustíveis nos postos, e de frutas e verduras nos supermercados.

Do último sábado para cá, porém, a simpatia se esvaindo, por eles não ter voltado ao trabalho (não foram todos), apesar de sua pauta de reivindicações ter sido atendida pelo governo. A consequência da continuidade da greve é esta que vimos nos últimos dias: todos os setores da economia praticamente paralisados, filas quilométricas nos postos de gasolina, animais morrendo nas granjas por falta da ração, e por aí vai. Um professor da USP calcula que a economia perdeu nos últimos nove dias algo em torno de 100 bilhões. Natural, portanto, que a população (ou pelo menos a maioria dela) esteja se sentindo traída pelos caminhoneiros, que passaram a criar embaraços para ela e não mais para o governo, que era o seu principal alvo.

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