Campeão após crise, Flamengo planeja 2014 ainda melhor
Pouca gente esperava que o Flamengo encerraria o ano de forma tão positiva. Se no meio da temporada a equipe amargava uma crise, agora o momento é não só de festa pela conquista da Copa do Brasil, na noite de quarta-feira, como também de sonhar com um 2014 ainda melhor. A diretoria prevê boas novidades, principalmente em função do dinheiro que virá com a taça. Em seu balanço de 2013, o Flamengo deve ultrapassar com folga a receita do ano passado, que somou 212 milhões de reais. Com o título da Copa do Brasil, a expectativa é de que o número atual de sócios torcedores, hoje em torno de 60 000, tenha um aumento expressivo e que o clube fature alto com produtos licenciados, como as camisas oficiais fabricadas pela patrocinadora Adidas.
Em uma projeção conservadora, a diretoria acredita que a receita de 2013 chegue com folga a 250 milhões de reais. Comandado por dirigentes com currículo empresarial destacado, o Flamengo não hesita em usar estratégias capazes de impulsionar a arrecadação, o que lhe permite saldar dívidas, mesmo sofrendo críticas de torcedores que acham que o clube passa por um processo de elitização. As queixas sobre o preço dos ingressos para a final da Copa do Brasil ilustram bem isso. Os bilhetes mais baratos custavam 250 reais, e os mais caros, 800. A diretoria se defendeu de protestos de vários torcedores ao ressaltar que o clube gasta quase 10 milhões de reais por mês para pagar dívidas trabalhistas e fiscais, medida que visa equilibrar as finanças do clube a médio prazo.
Já os oposicionistas defendem que o valor destinado à redução das dívidas deveria ser menor, para que o futebol do clube não fosse asfixiado. Também criticam o presidente Eduardo Bandeira de Mello e seus assessores dizendo que não eles não têm experiência suficiente no futebol para contratar e fazer bons negócios com os atletas. O maior alvo é Carlos Eduardo, que recebe cerca de 500 000 mensais e não produziu muita coisa ao longo dos últimos meses. Bandeira de Mello ficou em situação embaraçosa quando o vice presidente de marketing do clube, Luis Eduardo Baptista, afirmou que o Flamengo “não vai viver dos pobres, jogar um futebol pobre e ser um time pobre porque o negócio futebol mudou”. Conselheiros do clube não gostaram das declarações.
Se fora do campo há uma disputa acirrada sobre qual deve ser o caminho do time de maior torcida do país, dentro dele há sinais cada vez mais claros de como o Flamengo consegue cativar a torcida. Na primeira metade do ano, o caro e badalado Mano Menezes não conseguiu conquistar o grupo nem o público. Jayme de Almeida, interino e ex-jogador do clube, assumiu o cargo e promoveu uma transformação radical na atitude do elenco, que passou a jogar com mais humildade e raça. Para o atacante Paulinho, a vitória por 2 a 0 sobre o Atlético-PR no Maracanã coroou uma campanha com “sabor de batalha e de luta”. “Fomos bastante criticados no início, mas todo mundo se uniu, nos fortalecemos. A gente lutou desde o primeiro jogo e está ai o resultado”, disse o atleta.
Fonte: Veja