Artigo – Câncer de Mama: Você pode vencer!

PEDRO-ALCÃNTARA-SERIN

Chega ao final um mês de intensa mobilização pela conscientização das mulheres sobre o risco do Câncer de Mama, as formas de prevenir e os tratamentos disponibilizados.

Sendo o câncer mais frequente entre as mulheres, atingindo um milhão e quatrocentas mil por ano e também o mais fácil de detectar em seus estágios iniciais, ainda assim morrem 400 mil no mundo. No Brasil são diagnosticados 52 mil casos por ano.

O Câncer de Mama é o segundo mais frequente no mundo e o primeiro entre as mulheres. Mesmo raro o câncer de mama pode acontecer em homens e sempre mais presente em idosos.

Podendo ser detectado precocemente, com altas taxas de cura, o Câncer de Mama depende da conscientização das mulheres para ser reduzido. Hoje o diagnóstico precoce, a biologia molecular, o novo tratamento, são responsáveis pela diminuição da mortalidade das últimas décadas nos países desenvolvidos.

Em nosso País a queda não tem sido acentuada em todas as regiões. O diagnóstico atrasado e o estágio avançado da doença, principalmente entre as camadas sociais mais baixas, continua a manter em níveis assustadores a incidência da doença e a mortalidade.

E é muito fácil mudar esse quadro: Se a paciente é bem informada e contribui com a equipe médica o risco diminui e o sucesso do tratamento é garantido, já que nas universidades brasileiras há inúmeras equipes pesquisando o câncer, experimentando novos tratamentos e novas formas de prevenção e diagnóstico.

Nos países desenvolvidos a sobrevida média fica em torno de 85%. No Brasil as taxas continuam elevadas pois a doença é diagnosticada em fase avançada e a falta de divulgação, da prática do autoexame e a falta de acesso à mamografia mais cedo e aos exames adequados contribuem para manter os altos índices de mortalidade. Quanto mais cedo diagnosticado, maior a chance de cura.

Pensando nisso, a cada dia presenciando um sofrimento que pode ser evitado, quero contribuir com algumas informações importantes.

Muitas são as causas que contribuem para o câncer de mama. Ele é multifatorial, mas a idade é o principal fator de risco. Quanto mais velha, maior o risco e, portanto, mais necessário os cuidados, a prevenção e os exames.

Estatísticas comprovam que o mesmo número de casos acontece depois dos 40 anos, entre 60 e 70 anos. É muito difícil parecer antes dos 30 anos.

Entre outros fatores podemos citar: História prévia de doenças mamarias e pacientes portadoras de tumores benignos da mama apresentam riscos consideráveis.

Obesidade e sedentarismo, especialmente na menopausa; comidas gordurosas, álcool e o tabagismo, são hábitos e vícios que contribuem para o aumento de risco do câncer de mama.

O histórico familiar; mulheres que tenham avós, mãe, irmãs com câncer de ovário e mama tem grande risco de desenvolver o tumor. Quanto mais próxima o parentesco, maior o risco.

Os fatores hormonais: mulheres que nunca tiveram filhos, que nunca amamentaram e aquelas que fazem uso de medicamentos hormonais ou de reposição hormonal, apresentam chances maiores de câncer de mama.

Evidente que alguns fatores não podem ser evitados, como a idade e história familiar; porém, outros podem e devem ser evitados. É importante para as mulheres, em especial as que estão na menopausa, adotar certos hábitos: fazer exercícios físicos, evitar ingestão de álcool, não fumar e manter peso adequado.

O câncer de mama não dói. Principalmente no início. O sinal amis comum é um caroço no seio, que pode ter tamanho variado, que vai de menos de um centímetro até vários centímetros.

Indolor e endurecido, acompanha este caroço, uma região mal delineada e mais endurecida. A pele é mais rugosa, espessa e repuxada.

Pode haver também coceira, descamação e vermelhidão junto à aureola e ao mamilo. É a doença de Paget.

Acrescente-se a estes sintomas a saída de secreção sanguinolenta do mamilo, o mais forte entre todos os fatores.

É muito importante o autoexame e que a mulher conheça seu corpo e assim saber o que é normal para ela. O autoexame inclui um toque (sentir) e a olhada das mamas.

Há comprovação estatística que entre 10 nódulos palpáveis na mama, um pode estar relacionado com o câncer.

Quanto mais idade maior o risco. Os “caroços”, cistos mamários e os fibrodenomas são alterações benignas e mais comum na faixa etária abaixo de 35 anos e os cistos mamários mais frequentes no período que antecede a menopausa.

O diagnóstico entre tumores benignos e malignos é feito com a mamografia, ultrassonografia e ecografia.

A prevenção é a principal arma contra o câncer de mama.

Acredito que a mobilização que Juazeiro assistiu e participou, que a disponibilidade e facilidade de se fazer os exames, a presença do Instituto Ivete Sangalo, a busca de informação e a atenção constante ao próprio corpo, vão reduzir e muito a mortalidade entre as nossa mulheres.

Pedro Alcântara

Médico

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