Carlos Bolsonaro comandava o ‘gabinete do ódio’, diz Mauro Cid em delação à PF
Tenente-coronel Mauro Cid também vinculou diretamente Jair Bolsonaro à disseminação de fake news
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) afirmou em sua delação premiada à Polícia Federal (PF) que o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) era o responsável por comandar o chamado “gabinete do ódio”, responsável por promover ataques nas redes sociais contra adversários políticos e opositores durante o governo Bolsonaro”. Segundo o jornalista Aguirre Talento, do UOL, “o depoimento de Cid traz pela primeira vez o papel de ascendência de Carlos sobre o grupo”.
Ainda segundo a reportagem, Cid não apenas apontou Carlos Bolsonaro como o comandante do “gabinete do ódio”, como também vinculou diretamente o ex-mandatário à disseminação de fake news, especialmente as relacionadas aos ataques às urnas eletrônicas. A confirmação dessas suspeitas ocorreu após a Polícia Federal encontrar mensagens de Bolsonaro ao empresário Meyer Nigri.
O “gabinete do ódio” era composto pelos assessores Tércio Arnaud Tomaz, José Matheus Sales Gomes e Mateus Matos Diniz, cuja indicação para o governo Bolsonaro é atribuída a Carlos Bolsonaro. Tércio e José Matheus já haviam trabalhado como assessores no gabinete de Carlos na Câmara do Rio. O grupo já era investigado no âmbito do inquérito que apura a atuação das milícias digitais.
A defesa de Jair Bolsonaro negou as irregularidades e fez críticas à delação de Mauro Cid. “O eminente procurador leu toda a peça e concluiu que a mesma é fraca e desprovida de qualquer elemento de prova. A ‘delação’, segundo o procurador, mais se parece com uma confissão e o mesmo, por reiteradas vezes, disse que nada se aproveita”, afirmou em nota o advogado Fábio Wajngarten, de acordo com a reportagem. .
Carlos Bolsonaro, Tércio, José Matheus e Matos Diniz negaram em seus depoimentos anteriores à PF terem atuado na disseminação de ataques à democracia.