Em mais um resultado da política de atração de investimentos do governo da Bahia, o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, inaugurou no sábado (16/11), no município de Casa Nova, mais uma agroindústria, a Grand Valle, pioneira no processamento de frutas destinado, inicialmente à produção de suco de uva integral no Estado. “A agroindustrialização na Bahia é uma das prioridades do governo estadual, que vem sendo consolidada por meio da Seagri/Superintendência de Atração de Investimentos, integrada com as secretarias da Fazenda (Sefaz) e de Indústria e Comércio (SICM)”, destacou Eduardo Salles na solenidade de inauguração da agroindústria.

Fruto do empreendedorismo do proprietário da Fazenda Fortaleza, Gilberto Secchi, o investimento para implantação da Grand Valle foi da ordem de R$ 1,2 milhão, com faturamento anual estimado de R$ 2,5 milhões, e capacidade de produção de um milhão de litros/ano de suco. Serão promovidos inicialmente 200 empregos diretos, e aproximadamente 400 indiretos, podendo expandir sua capacidade de produção e geração de novos postos de trabalho. “Esse é um número que amplia a expectativa de crescimento socioeconômico da região, num momento de estiagem prolongada”, destacou o empreendedor.

O empresário Gilberto Secchi e o diretor da Vinícola Miolo, Eurico Benedetti, agradeceram o empenho do secretário Eduardo Salles, por intermediar junto às demais secretarias, a melhoria das estradas por onde trafegam os ônibus que deslocam os turistas conduzidos através do Vapor do Vinho, fomentando assim, o enoturismo na região, como é o caso da Maria Fumaça no Rio Grande do Sul. “O Vapor do Vinho navega pelo Lago de Sobradinho (formado pela barragem), um verdadeiro mar de água doce, e grupos de turistas seguem degustando iguarias da região, vinhos e espumantes acompanhados de guia e banda musical regional. O barco passa a eclusa da barragem e por fim os visitantes desembarcam na Fazenda Fortaleza e depois conhecem a Vinícola Miolo”, explicou Salles.

O Vapor do Vinho navega pelo lago de sobradinho (formado pela barragem) , é um verdadeiro mar de água doce, e o grupo vem degustando tira gosto da região , vinhos e espumantes acompanhados de um guia e uma banda tocando músicas regionais. O barco passa a eclusa da barragem (cena única).Eles desembarcam na Fazenda Fortaleza, vistam a fazenda de frutas e depois na Miolo a vinícola .

Os empresários citaram também, o apoio dado pela Secretaria Estadual da Agricultura (Seagri), para viabilizar a instalação da torre da operadora telefônica Claro, compondo a infraestrutura necessária de atendimento aos visitantes, e consequentemente, otimizando a comunicação na região, o crescimento da agropecuária e da economia.

Miolo anuncia ampliação

O diretor da Miolo, Eurico Benedetti, anunciou que está em processo de ampliação da área plantada de uvas viníferas, de 150 para 400 hectares, dobrando a produção atual que passa a ser de 5 mil de garrafas de vinhos e espumantes, ação que gera, consequentemente, aumento da quantidade de empregos na região. “A Miolo produz na Bahia espumantes famosos em todo o mundo e altamente competitivos em relação ao custo de produção. Em 2012 vencemos com um vinho produzido Estado, no Vale do São Francisco, o Testardi, um concurso nacional de qualidade”, lembrou Salles.

“O município de Casa Nova ganha visibilidade no cenário nacional com a instalação da Vinícola Miolo e mais uma fábrica para produção de suco de uva. Nada melhor do que uma região, que possui a dádiva de ter o Velho Chico em sua extensão, impulsionar o crescimento econômico através de investimento no setor agropecuário”, declarou o prefeito de Casa Nova, Wilson Cota.

Política de atração de investimentos

Após permanecer por 20 anos sob a responsabilidade da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração (SICM), a coordenação da agroindústria baiana retornou, no ano de 2010, à administração da Secretaria da Agricultura. “Desde então a Seagri tem trabalhado incessantemente, através de sua Superintendência de Atração de Investimentos, e participado com o governador Jacques Wagner de missões nacionais e internacionais, na busca de atrair investimentos para a Bahia”, ressaltou Salles, destacando o grande diferencial das agroindústrias aqui instaladas, por possuir a matéria-prima diretamente vinculada a ela. De acordo com Salles, a indústria beneficia as matérias-primas que cada região produz em escala potencial para, dessa maneira, agregar valor ao produto agropecuário baiano, com sustentabilidade e gerar emprego e renda no interior

“Nesses três anos e meio à frente do segmento agroindustrial obtivemos como resultado da atração de investimentos nacionais e internacionais na Bahia, um valor estimado de 15 bilhões, e esse número só tende a crescer”, acrescentou o superintendente de Agronegócio e Atração de Investimento da Seagri, Jairo Vaz.

Agroindustrialização na Bahia

Como exemplo de atração de investimentos na Bahia, Salles cita a Universo Verde, uma indústria processadora de soja do grupo chinês Chongqing Red Dragonfly Oil Corporation, com obras iniciadas, em Barreiras, após dois anos de intensa negociação. “Trouxemos também a fábrica de banana chip venezuelana Alina do Brasil, que será inaugurada nos próximos meses, no município de Wenceslau Guimarães, maior produtor de banana do Brasil. Em Conde, município líder na produção brasileira de coco, localizado no Litoral Norte do Estado, está sendo implantada pelo grupo holandês Aurantiaca, uma indústria para fabricar biomantas de fibras de coco, leite e óleo de coco.

A ação da Seagri vem potencializando também a produtividade da Chapada Diamantina, beneficiada com investimento da empresa Tomates Ban, que já está produzindo tomates grape sweet em viveiros telados. Também está sendo organizada na região, a primeira Sociedade Vinícola em Morro do Chapéu, que hoje tem a produção de uvas viníferas como uma realidade. Além da implantação de 200 hectares para produção de morangos, envolvendo 800 famílias de agricultores familiares (2.400 pessoas), que está sendo feita pela indústria Peterfrut, do Espírito Santo.

Para a região Oeste da Bahia foram atraídos investimentos do Grupo Coringa, que instalou uma indústria para processar milho em Luis Eduardo Magalhães, município que ganhou também a Avícola Mauricea. Ainda no Oeste, em Jaborandi, empresários da Nova Zelândia, que produzem o leite da marca Leitíssimo, ampliam as instalações e recebem novos investidores para se juntar ao grupo. Em Salvador, foi implantada a Sara Lee, torrefadora de café, enquanto que em Canavieiras está em pleno funcionamento a Unidade de Beneficiamento de Pólen.

Para Eduardo Salles, “a evolução do segmento agroindustrial nestes três últimos anos é eminente, mas ainda temos muito a avançar nesse campo. A Bahia é o maior produtor de guaraná do País, mas a fruta é enviada à Amazônia para ser transformada em xarope, porque não temos nenhuma indústria. Temos também a segunda maior produção de laranja, mas não temos processadoras”.

Consumo de suco de uva no Brasil

O consumo de suco de uva integral tem crescido de forma exponencial no País, principalmente por crianças e adultos com idade a partir dos 60 anos, por indicação médica. Segundo informações do Instituto Brasileiro de Vinhos, o mercado de suco de uva ascendeu 400%, com média anual de 30%. De acordo com reportagem da Revista Globo Rural, de novembro deste ano, no primeiro semestre de 2013, o crescimento girou em torno de 43% em relação ao ano passado, e a estimativa é que até o final deste ano sejam comercializados 75 milhões de litros.