Casado com mulher. E gay. O drama dos casamentos de fachada
Grupo de apoio “Gay Married Men” (Homens gays casados) auxilia homens de toda a Grã-Bretanha a lidarem com suas vidas duplas
Décadas atrás, quando os gays da Grã-Bretanha e de outros países ocidentais tinham de enfrentar o ostracismo e viviam sob a ameaça de serem processados, muitos optaram por se casar e esconder sua sexualidade.
Mas mesmo agora, com uma aceitação crescente, alguns continuam optando pelo mesmo caminho.
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Nick, que está na casa dos 50 anos, é casado com sua esposa há 30 anos. Ele é gay.
Ele acha que sua mulher suspeitava há muitos anos de sua sexualidade, mas conta que tudo veio à tona quando ele teve um relacionamento com outro homem.
“Ela (esposa) perguntou se eu queria deixá-la, mas eu não queria. Acima de tudo, ela é minha melhor amiga. Então decidimos que continuaríamos juntos como melhores amigos”, diz.
Nick não é seu nome real – muitos amigos e parentes do casal não sabem que ele é gay e ele prefere se manter anônimo para proteger sua esposa.
Ele conta que, desde o começo, o casamento não era completo, com muitas dúvidas sobre se eles haviam feito a coisa certa. Ele sempre teve dúvidas sobre sua orientação sexual, e isso se agravou com o tempo.
Tolerância
Como muitos outros homens nessa situação, Nick se viu vivendo uma vida dupla. Na superfície, ele era um homem em um casamento feliz. Mas ele também tinha o hábito de ver pornografia gay. E conta que há seis anos, acabou se relacionando com um amigo gay quando ambos ficaram bêbados.
Nick conta que sua esposa ficou irritada e desapontada quando ela descobriu, e que, àquela altura, ele não tinha mais como negar que era gay.
“Senti que era a oportunidade ideal para ser honesto e contar para ela sobre algo que ela já suspeitava. Então, concordamos que eu se eu não fizesse mais isso, não tocaríamos no assunto – e quando voltasse a acontecer, iríamos falar sobre isso.”
Nick admite que seria melhor para sua esposa se ele tivesse admitido antes que era gay. Ela lhe disse que estava desapontada porque ele não havia confiado nela.
“Eu ainda me sinto totalmente grato a ela todos os dias por ela ser tão tolerante”, conta.
O casal optou por permanecer junto não por conta das crianças, já que eles não têm filhos, mas, sim, pelos sentimentos que nutrem um pelo outro.