Pela primeira vez em quatro anos, a Coreia do Norte foi às urnas neste domingo para suas eleições locais.
Mas como são as eleições num país apontado em diversos ranking internacionais como um dos mais totalitários e corruptos do mundo – e que é governado pela mesma família desde 1948?
Fará o pleito jus ao nome oficial de República Popular Democrática da Coreia do Norte?
O que será decidido?
Eleições locais são realizadas na Coreia do Norte desde 1999. A deste domingo teve como objetivo a escolha de governadores, prefeitos e deputados no país com 25 milhões de habitantes.
O número de deputados é decidido pelo tamanho da população de cada região. No último pleito, em 2003, o governo anunciou que cerca de 27 mil “intelectuais, trabalhadores, camponeses e tecnocratas” foram eleitos.
Quais são as opções para os eleitores?
A escolha é extremamente limitada. A escolha dos candidatos é determinada pelo Partido dos Trabalhadores, o mesmo do ditador norte-coreano, Kim Jong-un, que assumiu o poder em 2011. Para cargos executivos, há apenas um nome na cédula.
Abstenções e votos nulos são considerados atos de traição, o que pode resultar em execução por fuzilamento, por exemplo.
As pessoas vão mesmo às urnas?
Em 2011, na última eleição local, o índice de comparecimento foi de 99,7%, com a agência estatal de notícias justificando a abstenção de 0,3% com o fato de que os ausentes estavam foram do país ou em alto-mar. Algo curioso em um regime que controla rigorosamente o direito de ir e vir de seus cidadãos.
O rol de eleitores é uma forma de o governo controlar possíveis defecções para países vizinhos.
“É durante o período eleitoral que o governo descobre quem fugiu”, disse um refugiado norte-coreano ao site NK News, especializado em notícias alternativas ao estrito controle estatal.
E Kim Jong-un?
As eleições deste domingo não decidiram a liderança do país, embora a Coreia do Norte também conte com eleições parlamentares.
Na última, no ano passado, Jong-un recebeu 100% dos votos em sua constituinte, Mount Paektu.
Fonte: BBC Brasil