Caso ferro-velho: testemunha diz que empresário atirou em jovens que estão desaparecidos

Polícia encontra sangue das vítimas no local

Por: Bruno Wendel

O inquérito que apura as mortes de Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento e Matusalém Silva Muniz, desaparecidos em um ferro-velho desde o dia 4 de novembro deste ano em Pirajá, aponta que os disparos que mataram os funcionários foram efetuados pelo proprietário Marcelo Batista da Silva e seus seguranças. O depoimento de uma testemunha disse que no dia, ao saber de uma confusão no depósito, foi ao local atrás de um a das vítimas.

Ao chegar, encontrou a empresa fechada, que “foi informado por um funcionário de uma fábrica de vidros, que houve neste local (galpão) disparos de arma de fogo, que partiu do dono (Marcelo) e seus seguranças contra os seus funcionários”, diz trecho do pedido de prisão do empresário e ex-PM. A polícia encontrou sangue das vítimas no local e no carro do empresário foragido.

A Coluna procurou a defesa de Marcelo. Através de mensagem de texto, o advogado Aureosvaldo Oliveira informou que “estamos aguardando a conclusão das investigações, desta forma só podemos nos posicionar quando tivermos acesso ao IP (Inquérito Policial) na sua integralidade”.

Ferro-velho onde Paulo Daniel e Matuzalém trabalham foi palco das buscas pelos jovens

Ferro-velho onde Paulo Daniel e Matuzalém trabalham foi palco das buscas pelos jovens Crédito: Marina Silva/CORREIO

Violência: quatro inocentes são baleados em apenas três dias

Em apenas três dias (entre 18 e 20/12), casos de violência armada contra inocentes em Salvador e Região Metropolitana ganharam destaque nos noticiários nacionais.

Com exceção de Vanessa Lustiago e a filha, que foram baleadas após o marido e pai desviar o carro na direção dos bandidos que assaltavam na BR-324, trecho de Águas Claras, na sexta, os demais casos foram de balas perdidas, como foi o triste fim de Samuel Andrade de Jesus, que não resistiu ao tiro que invadiu sua casa e o atingiu nas costas enquanto brincava, na quarta.

Na quinta, uma menina também de cinco anos foi atingida na perna, quando tomava água de coco com o pai, no bairro de Nazaré, capital. Independente da situação, os casos reforçam o que dados estatísticos e o que os especialistas apontam há tempos: vivemos hoje uma crise gravíssima na segurança pública, fruto, principalmente, de uma omissão de décadas.

Cápsulas de balas

Cápsulas de balas Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

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