Casos de golpes virtuais aumenta na pandemia; delegada alerta população

No caso apelidado como ‘Golpe do Motoboy’, os criminosos simulam o atendimento bancário

Redação
Foto: Reprodução/Pixabay
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A pandemia ocasionou um aumento considerável nos golpes virtuais. Com a facilidade para usar serviços de bancos através de aplicativos nos celulares, os golpistas aproveitam para ludibriar suas vítimas. Embora os primeiros casos destes golpes datem de mais de três anos atrás, tem-se percebido uma maior incidência desde o início da pandemia da Covid-19, com o aumento do trabalho em home office.

No famoso caso apelidado como ‘Golpe do Motoboy’, os criminosos simulam o atendimento bancário, por intermédio de técnicas de engenharia social, e induzem a vítima a ceder seus dados pessoais, inclusive senhas e outros dados confidenciais.

A delegada titular da 14ª DT da Polícia Civil da Bahia, Mariana Ouais, explica como agem os criminosos no golpe. “A pessoa liga, identifica-se como sendo do banco e pergunta se a vítima está fazendo uma compra em um alto valor. A vítima, então, nega. O golpista, então, diz que vai checar outras compras que supostamente foram feitas no cartão – sempre de alto valor, a fim de desesperar a vítima. Sabendo disso, o golpista finge ‘orientar’ a pessoa, induzindo-as a passar os dados pessoais e senhas. Ao fim do processo, dizem que as compras foram estornadas, mas que, para resolver o problema, o cartão precisa passar por uma perícia”, diz.

“Eles ganham a pessoa com a falácia de que ela é um cliente VIP. Então, a depender do banco, eles podem inclusive usar os nomes dos serviços especializados para clientes de alta renda, como Personnalité, Prime ou Estilo. Então, como a vítima supostamente é um cliente VIP, os golpistas dizem que esse cartão precisa ser levado a uma central, normalmente em um lugar distante da residência da vítima. O objetivo é criar a condição para oferecer o falso serviço de motoboy. E fazer isso não é praxe dos bancos”, acrescentou.

Em alguns casos, os criminosos conquistam a confiança da vítima ao combinar um código a ser reproduzido pelo motoboy, ironicamente, para evitar golpes. “Há até situações em que informam que o celular também foi clonado, e que o motoboy também pode levar para a falsa perícia e depois devolvê-lo. Vi casos de pessoas que perderam investimentos da vida inteira. Esse golpe já causou um prejuízo de milhões”, declarou a delegada.

Além de sempre desconfiar de ligações e outros contatos em nome das instituições financeiras, a delegada Mariana Ouais orienta o cidadão a checar a veracidade das alegações feitas pelo golpista, por meio de uma ligação para o gerente do banco, pelo internet banking ou pelas centrais oficiais de atendimento, sempre se certificando de que o contato com o possível golpista já foi encerrado.

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