“Todo mundo vem para tirar foto com o Ubaid. Ele já até participou de ensaios de aniversário de 15 anos e de casamentos. Além disso, já participou de matéria de televisão. Ele está virando praticamente um modelo fazendo poses para a câmera”, brinca a veterinária do local e tratadora do animal, Marília Pastorello.
Marília explica que o tamanho desproporcional em comparação com raças mais comuns do Brasil deve-se à raça de Ubaid, a Percheron. Segundo ela, enquanto raças bastante difundidas no país, como a quarto-de-milha, tem cavalos de 400 a 600 quilos e média de 1,50 metro de cernelha, a raça Percheron pode pesar de 700 quilos a acima 1 tonelada e medir até 1,90 metro. Ubaid, por exemplo, pesa 890 quilos.
reprodução (Foto: Caio Gomes Silveira/ G1)
“Eles são cavalos antigos. A origem remete ao século 8 na região de Normandia, na Europa. Pelo tamanho e força, a raça era usada para tração de máquinas agrícolas e também para tração de veículos pesados. Nas guerras, séculos depois, esses animais foram usados para transportar canhões”, explica.
Atualmente, segundo a veterinária, o homem não precisa da força desses cavalos para trabalhar no campo ou guerrear. Por isso, Ubaid, que tem seis anos, leva uma vida de tranquilidade e é usado apenas para reprodução. Durante o dia, de acordo com Marília, ele fica solto no campo até que, no final da tarde, é levado à cocheira.
“Ele é usado aqui para reprodução animal. O sêmen dele é extraído para ser inserido em fêmeas de grande porte como ele. São poucos animais da raça dele no Brasil, porém não é a mais rara. Apesar do tamanho, ele não tem nenhuma deficiência. É possível cavalgar normalmente e ele consegue correr normalmente, claro que em uma velocidade menor da que a dos outros. Além disso, ele vive a mesma quantidade de tempo dos demais, cerca de 25 anos”, conta.
Ainda segundo Marília, Ubaid come diariamente 14 quilos de comida, entre ração e feno, além de 40 litros de água. Toda semana é banhado e escovado por uma “força-tarefa” que depende de pelo menos três funcionários. “Contudo, mesmo com a pelagem branca e brilhante, ele prefere ficar sujo de lama e evitar moscas”, afirma a tratadora Marília.
Uma das funcionárias que ajudam a cuidar de Ubaid é a estagiária em medicina veterinária Gabriela Peres Santos, de 23 anos. Com 1,50 de altura, Gabriela lembra da primeira vez em que ficou frente a frente com o cavalo. “Impressionou muito. Nunca tinha visto um cavalo desse tamanho, só mesmo pelos livros. Apesar de ser grande, ele é muito calmo e carinhoso”, completa.