Ceni aponta falhas táticas do Bahia e fala sobre confusão: “Vontade era externar lamentação”

Por Ulisses Gama

Foto: Maurícia da Matta / Bahia Notícias

Dentro de casa, o Bahia foi superado pelo Cuiabá por 3 a 0 na noite da última quinta-feira (9) e viu a sua situação se complicar na briga contra o rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro. Abatido por conta da derrota, o técnico Rogério Ceni tentou explicar o desempenho da equipe em entrevista coletiva. Segundo ele, a equipe teve falhas de posicionamento no início da partida que causaram uma maior presença do adversário no ataque. Consequentemente, o time teve um jogador expulso e sofreu um gol de pênalti na sequência.

 

“Eu não acho que ficamos atrás. Nos posicionamos mal. Quando eles escalam um terceiro zagueiro, Cauly junto com Everaldo era pra fazer essa marcação e Biel marcar o lado esquerdo. A gente acaba não pressionando as viradas da esquerda para direita, Biel fica no meio, o que possibilita um dois contra um do outro lado, duas ou três vezes aconteceu. O time não jogou retraído, tivemos o Yago tentando fazer a função do Thaciano, Biel e Cauly com Everaldo na frente… Tivemos o controle, mas não tivemos ações contundentes. Aliás, quando ficamos com dez, parece que tivemos melhores ações do que no onze contra onze. Falhamos no cumprimento de funções. Erramos mais passes que o normal, até bolas fáceis não conseguimos construir. Não foi uma noite feliz que culminou no pênalti e um cartão vermelho que resulta em gol. É uma carga pesada para se superar. O time até se manteve bem, criou oportunidades mesmo com inferioridade numérica. Mas fica pesado psicologicamente quando se perde um jogador expulso”, disse.

 

A situação ficou tensa nas arquibancadas ao fim da partida quando os jogadores foram até a Bamor, principal torcida organizada da equipe. No encontro, os torcedores fizeram cobranças e chegaram a arremessar objetos nos atletas. Para Rogério, a atitude não foi a ideal, mas o treinador ponderou que o objetivo era não perder o apoio do público nesta fase difícil.

 

“Precisamos manter o torcedor do nosso lado. Claro que é um momento delicado. Por mais dificuldades que o adversário oferecesse, a gente tinha condição de vencer essa partida. E aí é uma decisão de não se separar do torcedor. Foi a opção de quem foi até a torcida, mas o torcedor é emotivo e a gente tem que compreender. Você perde o jogo em casa, toma o terceiro gol bem no final do jogo, o torcedor não vai pensar com a cabeça fria. A gente poderia ter ficado no meio do campo e entender que o torcedor fica chateado. É difícil compreender que você teve um jogador expulso e jogou setenta e tantos minutos com um jogador a menos. Mas acho que foi no intuito de manter o elo com o torcedor. Temos três jogos aqui, perdemos um jogo que vai fazer falta, mas não estamos fora da competição. Domingo temos outro compromisso, o torcedor vem fazendo sua parte e gritou alto. Um pênalti com expulsão é mais difícil de processar no início do jogo. A vontade era tentar externar a lamentação e pedir que o torcedor não abandone”, explicou.

 

O Esquadrão de Aço volta a jogar na Arena Fonte Nova no próximo domingo (12), às 18h30, contra o Athletico Paranaense. A equipe corre risco de entrar na zona de rebaixamento.

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