CGU destitui Luciano Musse, ex-assessor envolvido em escândalo dos pastores do MEC
A Controladoria-Geral da União (CGU) destituiu, nesta sexta-feira (12), o advogado Luciano de Freitas Musse, ex-gerente de projetos da secretária-executiva do Ministério da Educação (MEC) na gestão de Milton Ribeiro, por envolvimento no escândalo de pastores suspeitos de operar um balcão de negócios na pasta. A informação é da coluna Painel, da Folha.
Musse já havia sido exonerado em 2022, mas isso não o impedia de ocupar funções públicas. Agora, destituído, ele não poderá assumir cargo público por oito anos. O advogado era gerente de projetos, na época do escândalo, e ligado à secretaria-executiva do MEC, então ocupada por Victor Godoy Veiga.
De acordo com a CGU, Luciano Musse fazia parte da equipe dos pastores que cobravam propina de prefeitos para liberação de verbas do MEC. Apesar de não serem servidores, os pastores assessoravam o então ministro Milton Ribeiro e intermediavam as reuniões dele com os gestores municipais.
Para decidir pela destituição, o órgão ouviu testemunhas, incluindo esses gestores municipais, e finalizou o processo administrativo disciplinar (que apurou a participação de Musse no esquema). Os pastores evangélicos envolvidos são Gilmar Silva dos Santos e Arilton Moura Correia.
“O indiciado foi descrito por testemunhas como uma espécie de segurança dos pastores”, escreve a Controladoria. “Ficou comprovado também no processo que o indiciado teria recebido R$ 20 mil por indicação de um dos pastores.”
Ainda segundo a coluna, uma das provas eram comprovantes de depósito e emissão de passagem para o servidor pela prefeitura de Piracicaba, em São Paulo, para participar de um evento organizado pelos pastores, apesar do vínculo com o MEC.
Luciano Musse chegou a ser preso pela Polícia Federal, que também deteve o ex-ministro, Milton Ribeiro, os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, e Helder Bartolomeu, ex-assessor da Prefeitura de Goiânia.
Com informações da Folha de S. Paulo