Chegou a hora do Enem; veja como otimizar o tempo para a revisão

 

A quatro dias do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o CORREIO listou tudo o que o candidato precisa saber para fazer a prova tranquilo, além de mostrar como otimizar a revisão.

A novidade deste ano mais repercutida entre os professores ouvidos foi a mudança da prova de um final de semana para dois domingos. E todos avaliaram a alteração como positiva. “Esse espaço de uma semana entre uma prova e outra é muito melhor para o aluno”, diz Luciene Prates, coordenadora do ensino médio e das turmas olímpicas do Colégio Integral.

“O aluno ganhou mais uma semana de estudos, e essa semana vale ouro”, ressaltou ela. A aluna Mônica Alayde, 16 anos, conta o que pretende fazer até a prova: “Vou fazer resumos, resolver algumas questões, mas não perdendo noite para não me desgastar. Quero chegar na prova preparada psicologicamente também”. Ela ainda está em dúvida entre os cursos de Medicina e Relações Internacionais (veja nesta página como aproveitar o resultado do Enem).

Yan Rodrigues e Thalita Mendes, 17 anos, esperam ter tranquilidade na hora da prova (Foto: Evandro Veiga/CORREIO)

Os professores recomendam que o candidato aproveite o intervalo de uma semana para revisar e até estudar conteúdos que não estão claros. “Aconselho que os alunos façam exercícios para não sair do foco”, diz a coordenadora Luciene. “Fundamental é o candidato fazer levantamento dos assunto mais frequentes na prova e, com base nisso, direcionar a preparação dele”, aconselha o professor de Química do Análise Pré-Vestibular, Fábio Oisiovic.

Os professores recomendam que, nesses últimos momentos, o aluno refaça provas anteriores, prestando atenção não só nos assuntos mais recorrentes de cada disciplina como nas questões com maior índice de acerto entre os candidatos – que são classificadas como mais fáceis e pesam mais no resultado, segundo o TRI, modelagem estatística utilizada para o cálculo da pontuação no exame.

“O aluno bem preparado sabe que tem que acertar as questões fáceis. O erro de uma questão acertada por muitos compromete sua nota”, explica o professor de Matemática Micael Carinhanha, do Colégio Integral.

Também é possível otimizar o tempo, pensando em estratégias para diferentes e prováveis propostas de tema para a Redação. “Recomendo que o candidato pare de produzir textos completos e passe a produzir esboços de temas que estão em alta, pensando em argumentos que usaria no texto”, sugere a professora de Redação Carol Aschutti, do Descomplica Vestibulares.

“Uma coisa que funciona muito nesse momento são grupos de estudos entre amigos, porque o aluno vai se divertir e também discutir o conteúdo”, diz Luciene Prates. “O candidato tem que aproveitar essa semana entre as provas não só para revisar, mas para ‘respirar’ em meio a essa tensão”, completa a professora Carol Aschutti, do Descomplica Vestibulares.

 Direitos Humanos
Sobre a recente decisão da Justiça em não anular redações que firam os direitos humanos, os alunos não precisam ficar inseguros. “Para o aluno, nada muda na prática, porque ele tem que seguir como se não tivesse nenhuma dessas notícias”, simplifica Carol Aschutti. “Faça na prova o que você vem treinando o ano todo e tenha calma”, aconselha.

“Independente de terem mudado isso ou não, vou construir meus argumentos e a minha proposta de intervenção com base nos direitos humanos”, diz a aluna Thalita Mendes, 17. No último dia 26, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, de Brasília, acolheu o pedido do movimento Escola Sem Partido e suspendeu a regra do Enem que pode zerar a redação dos candidatos que violarem os direitos humanos. A medida foi solicitada pelo Movimento Escola Sem Partido.

Até o fechamento desta reportagem, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informou que não havia recebido a notificação judicial, mas que, se notificado, irá recorrer.

 Antifraude
Este ano, o Inep reforçou o esquema de segurança do Enem para a edição 2017. Pela primeira vez, as provas serão personalizadas, com identificação do nome e número de inscrição do participante. Os cartões-respostas virão anexados ao caderno de questões e devem ser destacados pelo candidato, que deve conferir se a cor da prova é a mesma que está impressa no gabarito. Até o ano passado, a identificação da cor do caderno era informada pelo próprio aluno.

Também será usado, de forma inédita, detectores de ponto eletrônico. A adoção do aparelho foi recomendação da Polícia Federal e faz parte da estratégia de segurança montada para o exame em 2017. Com a novidade, a localização de aparelhos de transmissão será mais precisa e não requer  revista dos candidatos.

Os lanches também serão fiscalizados pelos aplicadores. Por isso, os industrializados devem estar com embalagens lacradas e serão vistoriados antes da entrada nas salas. Além disso, todos os requisitos de 2016 foram garantidos, como a identificação biométrica, detectores de metal – que serão usados na entrada e saída dos banheiros – e escoltas para entrega e retorno das provas.

No último dia 20 , a Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou uma operação para desarticular uma organização criminosa que fraudava concursos públicos no DF e em Goiás – inclusive o Enem. Em nota, o instituto declarou: “A partir das informações obtidas e do que for constatado, o Inep tomará as providências cabíveis, delimitando as responsabilidades, eliminando eventuais beneficiários de esquemas de fraudes na edição de 2016”. O Inep também informou que não foi notificado sobre essa operação.

“Eu sei que estudei, agora tenho que ficar calma e tentar ao máximo não ficar ansiosa, para chegar na prova e arrasar”, disse a estudante do Colégio Aplicação Anísio Teixeira, Thalita Mendes, 17, que vai tentar o curso de Medicina. “O mais importante é ficar tranquilo. Batalhei este ano todo, o resultado que vai vir é reflexo disso tudo”, resume o estudante do Colégio Integral Ian Henrique Cardoso, 17, que vai tentar uma vaga em Engenharia Aeronáutica ou Aeroespacial.

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