Cinco desafios que o técnico Léo Condé terá à frente do Vitória
Novo técnico do Vitória, Léo Condé terá que encarar desafios na equipe. O rubro-negro vem fazendo uma temporada abaixo do esperado e patina no Campeonato Baiano. Recuperou-se com dois bons resultados em sequência, mas ainda não está dentro da zona de classificação. Na Copa do Nordeste, a equipe ainda busca o primeiro triunfo.
Na tarde de quinta-feira (9), após desembarcar em Salvador, o treinador conversou com os jogadores no vestiário. Em seguida, acompanhou o treino – ainda sob o comando do auxiliar Ricardo Amadeu – ao lado do presidente do clube, Fábio Mota, e de Thiago Noronha, diretor da divisão de base.
Condé será apresentado oficialmente nesta sexta (10), quando dará início aos trabalhos. Na data, o assistente Renato Negrão e o preparador físico Diego Nakimura se apresentam para compor a comissão técnica. A estreia será no domingo (12), às 16h, contra Jacuipense, no Barradão, pela 8ª e penúltima rodada do Campeonato Baiano.
Abaixo, o CORREIO lista cinco pontos primordiais que vão merecer a atenção do comandante nos próximos dias no Vitória:
Conseguir as classificações
O 2×1 sobre o Atlético de Alagoinhas recolocou o Vitória na briga por uma vaga na semifinal do Campeonato Baiano. O Leão subiu para a 5ª colocação, com 10 pontos, e agora aparece a dois do Itabuna, que fecha o G4. Mas só faltam duas rodadas para acabar a fase de grupos.
O lado bom é que as duas partidas serão em casa, no Barradão. Léo Condé estreará justamente em uma dessas ‘finais’, contra o vice-líder Jacuipense, domingo (12). Na última rodada, o rubro-negro encara o Barcelona de Ilhéus, hoje na 7ª posição.
Na Copa do Nordeste, o Vitória ainda não venceu, mas a competição teve apenas duas rodadas disputadas. O Leão soma um ponto, após um empate e uma derrota. O desempenho coloca a equipe na 7ª e penúltima colocação do Grupo A, à frente apenas do Atlético de Alagoinhas, que ainda não pontuou. Faltam seis confrontos, mas não dá para esperar demais para conquistar bons resultados.
Melhorar a defesa
Uma das grandes dores de cabeça do Vitória em 2023 tem sido a defesa. No início da temporada, o Leão chegou a ter média de quase dois gols sofridos por jogo – foi vazado nove vezes nas cinco primeiras partidas do ano. Nestes confrontos, as mudanças na zaga foram frequentes, com Dankler, Camutanga, Marco Antônio, João Vitor e John sendo utilizados.
Depois de perder por goleada para o Itabuna (4×1) e levar 3×1 da Juazeirense, o alerta vermelho foi ligado. A partir dali, surgiu uma parceria que começou a dar certo: Dankler e Camutanga. A dupla foi utilizada como titular em todos os jogos seguintes, e o Leão começou a mostrar índices melhores. Nos quatro compromissos na sequência, o time foi vazado apenas duas vezes – ou seja, dentro deste recorte, a média foi de 0,5 por duelo.
O problema, porém, tornou a aparecer na partida contra o CSA, quando o Vitória perdeu por 3×1. Diante do Atlético de Alagoinhas, na quarta-feira (8), parecia que a defesa voltaria a não ser vazada. Mas o Carcará conseguiu um gol aos 44 minutos do segundo tempo. O lance, ao menos, não prejudicou a vitória rubro-negra, por 2×1.
Atualmente, a média é de 1,36 gol sofrido por jogo – nos 11 duelos disputados, o Leão foi vazado 15 vezes. Vale lembrar que, na próxima rodada na Copa do Nordeste (quarta-feira, contra o Sergipe), Dankler será desfalque, suspenso por cartão vermelho.
Ainda na defesa, os donos das posições de goleiro e lateral esquerdo mudaram, seja por lesão ou por escolha de João Burse, o técnico anterior.
Ajustar a pontaria
O ataque não tem sido exatamente muito efetivo. O Leão até tenta balançar as redes, mas a pontaria anda pouco calibrada. Na fase de grupos da Copa do Nordeste, por exemplo, foram 30 finalizações em dois jogos disputados e apenas dois gols marcados. Ou seja, em média, o time precisou de 15 tentativas para balançar a rede.
Os números pelo Campeonato Baiano são melhores. A equipe fez 10 gols em sete jogos e foram necessárias 87 finalizações – ou seja, 8,7 tentativas para fazer um gol. Só que o número de finalizações erradas foi o dobro das certas: 58 x 29. O primeiro Ba-Vi do ano traduziu esses números no campo, com chances incríveis desperdiçadas. Os dados são do FootStats, que analisa números do futebol.
Recuperar individualidades
Destaques do Vitória na campanha de acesso à Série B no ano passado, Dalton, Marco Antônio e Tréllez não têm mantido a regularidade na temporada.
O zagueiro começou o ano como um dos titulares. Esteve nos triunfos sobre Cordino e Jacuipense e, depois de ser poupado contra o Bahia de Feira, retornou ao time principal para encarar Itabuna e Juazeirense. Mas essas partidas terminaram com resultados ruins ao Leão (4×1 e 3×1, respectivamente), e Marco Antônio passou a figurar no banco.
Dalton, por sua vez, virou alvo da torcida ao apresentar falhas. Na véspera de enfrentar o Jacobinense, sentiu uma lesão na coluna, e deu lugar a Lucas Arcanjo. O prata da casa aproveitou a chance e fez boas defesas. Na partida seguinte, Arcanjo foi mantido entre os titulares, mesmo com Dalton já disponível. Mas foi um destaque negativo, crucial para a derrota para o CSA. Ainda assim, ganhou uma terceira chance, contra o Atlético de Alagoinhas, com Dalton de novo no banco.
Já Tréllez foi contratado em 2022 como esperança para o ataque. Se ‘reencontrou na carreira’, como ele mesmo definiu, e foi o segundo artilheiro rubro-negro na campanha de acesso à Série B, com seis gols marcados. O centroavante voltou a ser decisivo ao anotar o gol da vitória sobre o Jacuipense, que rendeu a vaga na fase de grupos do Nordestão. Mas foi a única vez que balançou as redes nesta temporada, nas dez partidas que disputou (sendo sete como titular). Por isso, vem sendo bastante cobrado pela torcida.
Desempenho como visitante
Sob o comando do interino Ricardo Amadeu, o Vitória quebrou o jejum como visitante na temporada e bateu o Atlético de Alagoinhas no Carneirão. Até então, o time vinha de um empate e três derrotas.
Será preciso um desempenho melhor do que esse para avançar na Copa do Nordeste. O Leão fará três duelos fora do Barradão no torneio regional, incluindo o próximo, contra Sergipe, na quarta-feira (15), e o clássico contra o Bahia, dia 5 de março, na Fonte Nova. O encerramento da fase de grupos também será como visitante, diante do Campinense.
Já as duas rodadas restantes pelo Campeonato Baiano serão em casa. Mas vencer fora será importante nas outras duas competições do ano: a Copa do Brasil e a Série B. A estreia pelo mata-mata nacional, inclusive, será fora de casa, contra o Nova Iguaçu. A data ainda será confirmada pela CBF, mas o jogo acontecerá entre 22 de fevereiro e 1º de março.