Cirurgia de fimose ajuda a prevenir doenças sexualmente transmissíveis, diz urologista
A maioria dos homens já fez ou conhece alguém que precisou fazer a cirurgia de fimose, caracterizada pela dificuldade ou até impossibilidade de expor a glande (cabeça do pênis) porque o prepúcio (pele que envolve a glande) estreita a passagem. Essa condição gera desconforto e pode favorecer o desenvolvimento de diversas doenças, como doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e câncer de pênis, pois a impossibilidade de limpeza adequada da região abre portas para infecções.
“A fimose é um fator de risco para a infecção pelo HPV (papilomavírus humano), que pode ser transmitido durante a relação sexual. Já se sabe que, em países onde a cirurgia de fimose é feita de forma rotineira, há uma diminuição na incidência do câncer de colo do útero”, explica o urologista Guilherme Maia, do Hospital Santa Joana e do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), ambos no Recife.
Também chamada de circuncisão, a cirurgia de fimose é normalmente realizada na infância, geralmente após os 4 anos, segundo Guilherme. “Mas o homem adulto também pode se submeter ao procedimento, que é simples. Passados cinco dias da cirurgia, é possível voltar as atividades do dia a dia e, após um mês, há liberação para atividade sexual”, ressalta o urologista. Após o procedimento, é possível realizar a higiene peniana adequada e, assim, reduzir riscos de desenvolvimento de câncer de pênis e de DSTs. “Quando a higiene é precária, facilita a proliferação dos vírus”, explica Guilherme Maia.
Além disso, a cirurgia de fimose deixa os homens menos expostos à infecção pelo HIV. “A Organização Mundial da Saúde passou a recomendar a cirurgia em países com alta prevalência de HIV como uma das medidas preventivas para essa e outras doenças, como HPV, herpes, sífilis e câncer de pênis”, frisa o urologista.