Clássico Fla-Flu baiano tem mais diferenças do que semelhanças em relação ao do Rio

Flamengo da Bahia, inspirado no Rubro-negro carioca
Flamengo da Bahia, inspirado no Rubro-negro carioca Foto: Divulgação
Rafael Oliveira

Hoje é dia de Fla-Flu. Mas, ao contrário do que a Justiça determinou no Rio, o duelo terá duas torcidas. Calma. Ninguém vai burlar a lei. Este confronto não é o conhecido como mais charmoso do futebol carioca. Trata-se de um clássico genérico, entre dois homônimos baianos da dupla, que movimentará o acanhado Estádio 2 de Julho, com capacidade para 2.680 pessoas, em Guanambi, interior da Bahia.

Cores e nomes são iguais. Mas as semelhanças param aí. O Fluminense é o de Feira de Santana, a 114 km de Salvador. O Flamengo vem da cidade que sediará o clássico genérico do Campeonato Baiano, localizada a 676 km da capital.

Fluminense na Bahia teve o Tricolor carioca como inspiração
Fluminense na Bahia teve o Tricolor carioca como inspiração Foto: Divulgação

Esqueça a rivalidade que marca o confronto carioca. No Fla-Flu do Sertão, como é conhecido, impera a amizade. Por serem de cidades distantes (560 km), não se veem inimigos. Na semana que antecedeu o confronto, nada de de provocações.

— Nós estamos bem, somos o segundo na tabela. Eles não. Levaram de 6 a 1 do Vitória. Mas aí mesmo é que vamos para lá com respeito. Vamos pegá-los mordidos — pondera o vice de futebol do Flu de Feira, Luiz Paolilo.

Conhecido como Touro do Sertão, o Tricolor genérico foi criado em 1941 por torcedores do Fluminense. Já o Flamengo, ou Beija-flor do Sertão, nasceu apenas em 2009. Como o da Gávea, veio de uma dissidência. Só que do Guanambi Atlético.

— Por influência do rádio, a maioria dos baianos torce para os times do Rio — explica Washington Lucas, que, apesar de ser presidente e fundador do Rubro-negro da Bahia, torce para o Botafogo de Montillo: — Não vou mentir, sou botafoguense. Mas o nome do time tem que chamar atenção. E o Flamengo é mais popular, é a Coca-Cola.

Os dois se enfrentaram poucas vezes. Na mais importante delas, pela final da Segunda Divisão do Baiano de 2015, vitória do Rubro-negro.

Financeiramente, um abismo entre os times

Comparar os clubes baianos a seus homônimos cariocas chega a ser crueldade. Enquanto o Flamengo de Guerrero, Trauco, Berrío e cia. tem folha salarial de cerca de R$ 9 milhões, o xará baiano paga o salário de todos os seus jogadores com R$ 110 mil. E nunca recebeu um gringo sequer.

— Aqui é quente, não tem praia e não podemos pagar muito. Fica difícil trazer um jogador de renome — lamenta Washington Lucas, que em 2015 encurtou esta distância e visitou a Gávea para conheceu o presidente Eduardo Bandeira de Mello: — Ele está fazendo um trabalho muito bom. Disse a que veio.

Com uma folha de R$ 160 mil, o Flu de Feira também não chega perto dos R$ 6 milhões que o Tricolor das Laranjeiras paga mensalmente a seu elenco. Mas, se os cariocas têm Gustavo Scarpa, eles podem dizer que contam com Jorge Wagner no meio de campo. Aos 38 anos, o ex-Bahia, Cruzeiro e Corinthians decidiu atender o desejo do pai e encerrar a carreira atuando no clube.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *