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Não é só a cidade de São Paulo que enfrenta surtos de toxoplasmose. Em Campinas (91 km da capital), a Vigilância Sanitária confirmou um surto da doença no Colégio Notre Dame, um tradicional estabelecimento da rede particular de ensino.
São 25 casos confirmados de contaminação de pessoas de 8 a 47 anos de idade, entre alunos, professores e funcionários da escola.
“Havia uma grande circulação de gatos na escola. Gatos selvagens. Ele é o hospedeiro definitivo do parasita que causa a doença”, explicou a diretora da Vigilância Sanitária da prefeitura de Campinas, Andrea Von Zuben.
Os gatos, explica Von Zuben, são responsáveis por liberar o parasita no ambiente em forma de cisto. O contato com esses cistos é uma das principais formas de contaminação.
“Esses cistos, se são ingeridos por animais como os porcos, contaminam a carne”.
No caso do colégio, foi detectada a contaminação na cantina. A suspeita apareceu quando quatro pessoas apresentaram sintomas da doença, como dor de cabeça, dor no corpo e febre, em abril. Até agora, apareceram 25 casos de pessoas que desenvolveram a toxoplasmose e foram contaminadas na escola. Esta é a primeira vez que Campinas registra um surto de toxoplasmose.
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A investigação conduzida pela Vigilância Sanitária envolveu 600 pessoas, entre pais, alunos e funcionários do colégio. Cada um deles respondeu a um extenso questionário para tentar identificar se a fonte de contaminação estava nos alimentos ou na água.
“A prevalência da toxoplasmose no Brasil é muito alta, mas tem gente que nunca vai manifestar a doença. Em caso de manifestar, o período de incubação é de 3 a 23 dias”.
Em São Paulo, o restaurante Pitico, de Pinheiros, foi alvo de denúncia de clientes que afirmam ter contraído a doença depois de usarem o local.
A Vigilância Sanitária da Prefeitura de São Paulo informou que foram registrados três surtos de toxoplasmose na capital, mas não confirma se o Pitico é a fonte de contaminação de um deles. São, ao todo, 45 casos na cidade.
Segundo a assessoria de imprensa do restaurante, em abril, ao ser acionada pelos clientes, a Vigilância Sanitária realizou testes na água e nos alimentos e não encontrou indícios de contaminação.
Na semana passada, a Vigilância retornou ao restaurante para novos testes, mas os resultados ainda não foram divulgados.
A chefe da Vigilância Sanitária de Campinas destaca que é importante fazer uma investigação aprofundada (a de Campinas levou um mês de trabalho diário) e entender que, mesmo que o resultado dê negativo, isso não significa que as pessoas não tenham contraído a doença naquele ambiente.
Mesmo sem uma resposta definitiva sobre a suposta fonte de contaminação ser o Pitico, o restaurante tem sido vítima de notícias falsas. Uma delas dava conta de que o restaurante havia sido fechado pela Vigilância. Ele, no entanto, não foi autuado nem fechado.
Fonte: Top Buzz