Com conversas retomadas nacionalmente, lideranças do PP e do Republicanos na Bahia descartam federação antes das eleições
Os presidentes do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e do Republicanos, deputado federal Marcos Pereira (SP), retomaram na semana passada as negociações para formar uma federação entre os dois partidos, que atuariam juntos nas eleições e no Legislativo por quatro anos. Embora a aliança, que antes incluía o União Brasil, seja dada como certa, na Bahia é descartada neste momento pelas principais lideranças das duas siglas.
“É muito mais fácil que haja uma federação entre o Progressistas e o Republicanos apenas, pois se incluir o União Brasil na equação fica mais complicado porque se torna mais difícil acomodar os interesses regionais de três legendas importantes, de peso. Quando são apenas duas, é menos complicado, embora ainda seja uma operação complexa. E eu não acho que ocorra antes das eleições deste ano. Pode ser que aconteça para 2026”, disse ao Política Livre o presidente do PP na Bahia, deputado federal Mário Negromonte Júnior.
“Até porque faltam poucos dias para o prazo de filiações para as eleições municipais. Está muito em cima da hora. Ia mexer muito no cenário em todo o país, e não só na Bahia. Os partidos nos municípios poderiam ser prejudicados. As conversas entre o PP e o Republicanos são boas, e isso pode acontecer no futuro. Já com o União Brasil estamos cada vez mais distantes”, complementou o parlamentar.
Em Salvador, o PP e o Republicanos já declararam apoio à reeleição do prefeito Bruno Reis (União), defensor da criação da federação com as três siglas. Os pepistas, no entanto, ainda seguem divididos, já que parte do partido está na base do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Com votos na capital, o líder da sigla na Assembleia, deputado Niltinho, por exemplo, vai apoiar a candidatura do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) ao Palácio Thomé de Souza.
Já o Republicanos faz oposição a Jerônimo, mas, no interior, mantém, em alguns municípios, conversas com o PT e partidos da base do governo estadual. Presidente da sigla na Bahia, o deputado federal Márcio Marinho já descartou, em conversas com a imprensa, a formação da federação. “Tem lugares que os partidos estão em campos opostos. Isso dificulta qualquer tipo de federação”.
No Congresso, uma federação entre PP e Republicanos rivalizaria em tamanho com o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro e seria maior do que o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além disso, fortaleceria os dois partidos na sucessão do presidente da Câmara Federal, o pepista Arthur Lira (AL). Vale lembrar que um dos candidatos ao cargo é o presidente nacional do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP).
Política Livre