Com município devastado, prefeito eleito de Uauá diz ser obrigado a fazer auditoria

Olímpio Cardoso

Grazzielli Brito – Ação Popular

O prefeito eleito da cidade de Uauá, Bahia, Olímpio Cardoso (PDT) comemorou seu aniversário no último dia 12, com o sabor da apertada vitória de sua campanha política, junto à população, que contou até com trio elétrico nas ruas. Na ocasião concedeu entrevista exclusiva ao Ação Popular e garantiu que fará a maior administração já vista no município. A diferença de votos, que deu a Olimpio a vitória nas urnas, foi pequena, 95 votos, mas foi grande a satisfação do candidato, bem como de todo o povo de Uauá com a mudança administrativa que a cidade terá a partir do próximo ano.

Sobre essa diferença diminuta de votos, o prefeito eleito atribuiu à compra de votos por parte de seus adversários. “Parece piada. Esperávamos ganhar essa eleição com uma diferença de mais de 2 mil votos, mas eles entraram de uma maneira escandalosa, comprando votos, e isso naturalmente reduziu nossa vantagem. Todo mundo sabe disso”.

Especulações de que o candidato derrotado, Lindomar Dantas (PT), estaria entrando com ação na justiça para impedir a sua diplomação, alegando compra de votos, Olimpio ironizou. “Nós não tivemos dinheiro nem pra campanha, quanto mais pra comprar voto. Não existe uma pessoa que diga que compramos votos, a não ser que seja uma pessoa comprada por eles pra dizer isso. Quem gastou muito dinheiro foram eles, pelo que tomamos conhecimento foram R$ 4,6 milhões e agora querem jogar pra nós, dizendo que fomos nós quem compramos votos. Chegamos já com a língua de fora no fim da campanha”.

“A realidade de Uauá é que ela está sendo destruída pela irresponsabilidade deles há 8 anos, sem fazer nada, só se locupletando a ele e sua família (Jorge Lobo), mas quero dizer a Uauá não vou ficar só me lastimando e nem depois dizer que não tô fazendo nada, porque o município está arrasado. Entro sabendo qual a situação e vamos trabalhar, recuperar o município”, declarou Olímpio.

Ele ainda elencou prioridades e a primeira é a saúde. “Nosso hospital já foi referência na região. Vinha gente de Macururé, Euclides da Cunha, Canudos, Monte Santo pra se tratar aqui e hoje é o contrário”. E demonstrou interesse em resolver outros problemas. “Depois, estradas, tem gente que quando vê as estradas aqui dizem fazer trilhas. Vamos fazer de início mutirão com várias patrols pra dar condição de acesso. Depois a educação. Tem alunos sem escola porque o prefeito não está pagando os donos de transporte”.

Outra atitude que será tomada pelo prefeito eleito, segundo ele, será a realização de uma auditoria séria. “Vamos obrigar esse prefeito restituir os recursos que não foram aplicados. Com recurso municipal não fez nada, os federais foi a mesma coisa além de realizar licitações viciadas para fins escusos. Vamos fazer auditoria, caso contrário não teremos condições de trabalhar. O pior que a cada dia surge mais uma denuncia grave e não poderemos ser coniventes, isso é caso de prisão”.

Ele relata alguns exemplos da bandalheira que assola a administração desastrada do Lobo: “A secretária de assistência social é esposa do prefeito e mora em Juazeiro, seus filhos estudam em lá. Outro secretário construiu uma mansão enorme em Caraíba mora lá. O prefeito passa a maior parte do tempo fora da cidade deixando a prefeitura jogada nas mãos de quem não tem responsabilidade e compromisso o município. Vamos montar uma equipe séria, uma administração descentralizada e vamos ser claros com todos os indicados, naturalmente pelos partidos coligados, vamos dizer que se não trabalhar nós mudamos o secretário”, alerta.

Quanto a composição da câmara que ficou com maioria de oposição a ele disse não se preocupar. “Não me preocupo porque vou administrar bem com honestidade eu não tenho medo de oposição. Vamos fazer a maior administração já vista no município”, finalizou.

A reportagem do Ação Popular esteve no município e viu de perto o descaso a exemplo de estradas vicinais abandonadas, hospital que mais parece um açougue, escolas depenadas, frota destruída, execução de aditivo para pagamento de contrato para a compra de combustível cheirando a coisa podre, falta de respeito ao meio ambiente com o chorume do lixão sendo despejado no rio Vaza Barris, animais a exemplo do bode se alimentando no lixão, postos de saúde sem funcionar, crianças estudando em salas no chão batido, cozinha de escolas funcionando ao lado do sanitário podre, dentre outras coisas.

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