Com técnicos pressionados por desempenho, Flamengo e Botafogo lutam por vaga na final

Diogo Dantas e Gabriel Toscano

Com idades e currículos muito diferentes no futebol, Alberto Valentim, 43 anos, e Paulo César Carpegiani, 69, têm algo em comum que não deixam a rivalidade recente entre Flamengo e Botafogo ser o principal assunto da semifinal de hoje, 21h45, no Maracanã. Mais do que vencer e chegar à decisão do Estadual — a vantagem do empate é rubro-negra —, os treinadores buscam evolução de suas equipes para emplacar no longo prazo neste temporada.

Cada qual sob um nível de exigência. Já que no duelo particular esse ano, são duas vitórias do Flamengo em dois jogos. Interromper o caminho no Estadual, que não é o objetivo central da temporada para nenhum clube, custará bastante para os dois lados do clássico. E, nesse cenário, as recentes polêmicas sobre estádio, “chororô” e arbitragem ficam em segundo plano na partida.

O tropeço causará especial pressão sobre o trabalho inicial dos técnicos, sobretudo de Carpegiani, e levará os clubes a um limbo de semanas sem jogar até as competições mais importantes. Com Valentim no comando há pouco mais de um mês, o Botafogo só teria uma partida da Sul-Americana dia 12 de abril, contra o Audax(CHI). O Flamengo, sob as ordens de Carpegiani desde o começo do ano, voltaria a campo pela Libertadores apenas dia 14 do mesmo mês, no Rio, contra o Santa Fé, da Colômbia, sem torcida. A vaga na final prevê jogos dias um e oito de abril.

Mas o tempo para acertar a equipe para a temporada é curto. No Botafogo, o técnico Alberto Valentim cobrou desempenho semelhante ao do clássico com o Fluminense, mas com mais faro de gol. O time tem melhorado sob seu comando, mas ainda não é o ideal. Falta, por exemplo, vencer o grande rival.

— Precisamos da vitória. Precisamos entender bem o jogo, não se ganha com desespero, mas sim com organização, paciência e agressividade também — disse, antes de classificar como decisão a partida de hoje no Maracanã.

— Vamos encarar o Flamengo procurando ganhar o jogo. É entrar com personalidade procurando vencer — disse.

No Flamengo, o clima é de obrigação com a vitória e o título. Mesmo que o foco seja na Libertadores, o desempenho no Estadual deixa a desejar. Mesmo superior, o time tem pecado na criação de jogadas ofensivas. Diego falou da necessidade de provocar perigo.

— Temos que fazer isso coletivamente e tornar a equipe mais eficiente — exigiu, sem questionar que os meias estejam improdutivos pelo esquema escolhido por Carpegiani. O técnico exige compromisso tático de todos em campo e, hoje, Diego e Everton Ribeiro não dão conta das duas funções.

Assim, o Flamengo pode ter caras novas contra o Botafogo. Carpegiani fez alguns testes no meio-campo e no ataque, e pode ter Arão ou Cuéllar no lugar de Everton Ribeiro. Com a vantagem do empate, o time precisará ter característica de contra-ataque desde o começo.

Outras observações do treinador são a entrada de Vinicius Junior e o deslocamento de Everton para a lateral esquerda, na vaga de Renê. Apesar das experiências, Carpegiani tende a começar com o mesmo esquema dos últimos jogos, com um volante — Jonas — e três meias para controlarem o jogo; Diego, Paquetá e Ribeiro para servir Dourado.

No lado alvinegro, a tendência é também pela repetição da equipe que jogou no domingo. Matheus Fernandes voltou a treinar ontem depois de se recuperar de dores no pé direito, mas ficou de fora da relação de Valentim. O volante poderia ocupar o lugar de João Paulo, mas, como não joga desde a semifinal d Taça GB, ainda não vai voltar ao time. Com lesão no adutor da coxa direita, Kieza também não foi relacionado. Portanto, Brenner segue como titular.

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